terça-feira, 29 de janeiro de 2008

MAIS OU MENOS - escrito próprio - versão 2008




Aos trinta e nove, quando escrevi isto, pensava nos quarenta, e hoje com 41, continuo pensando mais ou menos a mesma coisa.
Mais do que isso, penso na minha vida inteira até aqui e por conseqüência no que me espera nessa terceira e provável última parte dela.
A princípio penso que apenas tenho que agradecer. Agradecer pelos pais que tive, pelo amor que me deram, pelos confortos materiais, pela educação, pelos princípios e valores familiares.
Não nasci em berço de ouro, pelo contrário, era 1967 e meu pai sofria perseguição política advinda do golpe militar de 1964, e meu berço de vime que fora de minha mãe estava sempre numa Kombi, na qual viajávamos os três, para meu pai fazer fotografias e vender reportagens para um jornal, emprego que ele conseguira com seu primo, visto que ninguém dava emprego pra ele pelas pressões dos milicos da época.
Devo agradecer pelos meus filhos, que Deus me deu com saúde, inteligência e mesmo com a minha distância, tive a sorte de serem pessoas maravilhosas, com valores morais, familiares e religiosos.
Minha irmã querida, meus avós e tios, uma família grande, parte dela não tenho convivência, mas com os que eu tenho, agradeço pelo amor e conselhos, nem sempre aceitos, porém, ouvidos. Enfim, sou grato a toda essa base amorosa e sólida, sem a qual não estaria aqui hoje a escrever isso. E por que escrever? Não sei, sinto essa necessidade de expressão, eu não tenho quase ninguém com quem falar e isso me sufoca, não sei também se são pelos fatos que estão acontecendo no momento em minha vida (de novo), se foi a visita dos meus filhos(agosto/setembro-2006), se é o grande amor que sinto, do qual desejo um eco mais forte, não sei, mas estou escrevendo e publicando isso.
A visita dos meus filhos me fizeram refletir sobre a minha vida, acho que era o que estava faltando pra eu dar vazão a essa reflexão, por que sinto que falhei muito com eles e na vida, não consigo deixar de me sentir culpado e ter a consciência de que as conseqüências que não são boas pra mim hoje, são frutos dos meus próprios erros.
Estou me sentindo uma pessoa “mais-ou-menos”, tipo, mais ou menos amada, mais ou menos querida, mais ou menos trabalhando em coisas mais ou menos legais. To cansado do mais ou menos, e pior, as vezes me acostumo com o mais ou menos e sei que não devia, mas as vezes falta forças.
Tenho medo do futuro, que antes não parecia ser mais ou menos, parecia não menos que formidável, hoje não sei se será mais ou menos suportável.
O fato de meus filhos morarem em outro país, na Europa, me força a pensar que eu tenho que conseguir trabalhar em algo que me de a oportunidade de economizar para visitá-los pelo menos uma vez por ano ou de dois em dois anos. Essa realidade está mais ou menos perto ou longe, por que emprego fixo não tenho.
Então, hoje ao me despedir do Emmanuel e da Ramayana, senti uma enorme vontade de não ser mais ou menos, de ser como todo pai, de ser como todo homem que tem seu trabalho, seu amor, sua vida em suas mãos, trilhando, com dificuldades ou não, o seu caminho em direção aos seus objetivos, que tem perspectivas, incentivado pela própria vida que constrói.
Mas mesmo sem saber o que será da minha vida, do grande amor que sinto pelos meus filhos, do meu futuro profissional, estou feliz. Agradecido a Deus completamente.
Porém, mais ou menos...feliz

Alnary Filho
10/09/2006 – versão 2008

Um comentário:

Anônimo disse...

Querido irmão, sei que você como nosso pai vai ser um VENCEDOR e ser muito FELIZ!! Sei que vai conseguir realizar tudo que você quer e tem vontade pois tem garra para isso!!! Fé em Deus e bola pra frente....a vida quer você sempre MAIS E MAIS FELIZ, PRÓSPERO, CHEIO DE SAÚDE e acompanhado de amigos sinceros os quais eu sei que não te faltam !!!
Beijos de sua irmã que TE AMA muito
Isabella