domingo, 15 de setembro de 2013

MINHA PRINCESA - Poema Próprio

 
 MINHA PRINCESA

Ponta Grossa, de nome estranho aos ouvidos de quem vem de fora...
Mas de coração aberto, um tanto desconfiado, para todos os que aqui chegam...
De ponto de descanso das tropas de gado, à uma capital regional...

Lugar pra onde sempre voltam os que foram embora...
Em qualquer canto do mundo, grande saudade quando a lembram...
A sua natureza bela, apaixona, simplesmente sensacional...

Mas também existe uma Ponta Grossa invisível...
De coerência política imprevisível...
Com poder patriarcal, patrimonialista e terrível...
Porém, com resistência, constante e tangível...

Ponta Grossa, 190 anos de história...
Meu lugar no mundo, minha memória...
Cidade onde festejo a vitória...
Meu porto seguro, minhas raízes e minha glória!

Alnary Rocha
15/09/2013

quarta-feira, 22 de maio de 2013

SOCIALISMO Por Marilena Chauí


                                                                              


Introdução – Alnary Rocha

Cada vez que nós, militantes da esquerda genuína, socialistas, assim nos declaramos, ou defendemos o Socialismo em público, nos deparamos com críticas obtusas, baseadas em regimes totalitários que se auto-rotularam socialistas ou comunistas. E temos que dizer que aquilo, embora tenham sido tentativas e experiências, não foram realizações socialistas ou comunistas. Aliás, o socialismo é apenas o caminho para o comunismo. O comunismo é o sonho verdadeiro. Porém, as críticas contrárias, se baseiam apenas nas experiências pequenas que o mundo teve. A mais longa foi a da ex-URSS, que teve um belo caminho até a morte de Lênin, e depois com Stalin o sonho socialista foi desvirtuado e a experiência depois de mais de 70 anos acabou. De qualquer maneira aquela experiência não traduz o socialismo. Assim, nesse espaço que é meu, posso publicar a definição de Socialismo, escrito pela maior intelectual viva do Brasil, Marilena Chauí.

De fato, o que é o Socialismo?

Economicamente, o socialismo se define pela propriedade social dos meios sociais de produção. Isso significa, de um lado, que é conservada e garantida a propriedade privada individual como direito aos bens não somente necessários à reprodução da vida, mas sobretudo indispensáveis a seu desenvolvimento e seu aperfeiçoamento; e, de outro, que o trabalho deixa de ser assalariado, portanto, produtor de mais-valia, força explorada e alienada, para tornar-se uma prática de AUTOGESTÃO SOCIAL DA ECONOMIA, um compromisso dos indivíduos com a sociedade como um todo. O trabalho se torna livre, isso é, expressão da subjetividade humana objetivada ou exteriorizada em produtos. Na medida em que a propriedade dos meios de produção é social, a produção é autogerida e o trabalho é livre, deixa de haver aquilo que define nuclearmente o capitalismo, ou seja, a apropriação privada da riqueza social pela exploração do trabalho como mercadoria que produz mercadorias, compradas e vendidas por meio de uma mercadoria universal, o dinheiro.

Socialmente, o socialismo define-se pelas ideias de justiça – “a cada um segundo suas necessidades e capacidades”, no dizer de Marx – abundância, não há apropriação privada da riqueza social, - igualdade, não há uma classe detentora de riqueza e privilégios, - liberdade, não há uma classe detentora de poder social e político, - autonomia racional, o saber não está a serviço dos interesses privados de uma classe dominante, - autonomia ética, os indivíduos são agentes conscientes que instituem normas e valores de conduta, - e autonomia cultural, as obras de pensamento e as obras de arte não estão determinadas pela lógica do mercado nem pelos interesses de uma classe dominante. Essas ideias e esses valores, que definem o socialismo e exprimem direitos.

Politicamente, o socialismo se define pela abolição do aparelho do estado como instrumento de dominação e coerção, substituindo-o pelas práticas de PARTICIPAÇÃO E AUTOGESTÃO, por meio de ASSOCIAÇÕES, CONSELHOS E MOVIMENTOS SOCIOPOLÍTICOS, ou seja, o poder não se concentra em um aparelho estatal, não se realiza pela lógica da força nem pela identificação com a figura do(s) dirigente(s), mas VERDADEIRAMENTE COMO ESPAÇO PÚBLICO DE DEBATE, DA DELIBERAÇÃO E DA DECISÃO COLETIVA.

Marilena Chauí em Cidadania Cultural: O direito a cultura, págs. 144 e 145.

 “A PARTICIPAÇÃO É O DADO CONSTITUTIVO DESSA SOCIEDADE PORQUE É UMA SOCIEDADE EM CONSTRUÇÃO PELA AÇÃO DE TODOS OS SEUS SUJEITOS.”

Marilena Chauí

Eis aqui o meu ideal, o meu devir, e creio que a ferramenta mais poderosa para essa construção é uma que acontece com muita força, A ECONOMIA SOLIDÁRIA.
Alnary Rocha

terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

ATEU - escrito próprio


Como é ser ateu?
Como se aprende a ser religioso?
A primeira pergunta acho bem mais fácil de responder, pois não se aprende a ser ateu, se chega a essa conclusão, se decide ser ateu com base em muita reflexão, observação da realidade, e um forte desejo de liberdade.
Agora se ensina e se aprende a ser religioso, com tanta ênfase que se declarar ateu é uma ofensa quase imperdoável. O crente, crédulo ou fiel, tem tanta certeza de sua fé que chega a se desesperar quando alguém se declara ateu, esquece de tudo aquilo que admirava na pessoa que agora se declara não crente. Ou pior, acha que essa pessoa começou a frequentar a “outra loja”, ou seja, que agora o ateu, não apenas não crê em deus, mas é discípulo do diabo, ou está sendo influenciado por esse.
É óbvio que o ateu, não acredita em deus, não tem fé religiosa alguma e por conseguinte, não crê no contrário, não crê em diabos, demônios ou coisas parecidas. Pois a origem de ambos, deus e diabo é a mesma, o bom e o mau, o bem e o mal. Ora essa dualidade está dentro de cada pessoa, nos alimentamos o bem ou o mal, nós escolhemos, não precisamos necessariamente acreditar num ser superior para praticarmos o bem, tampouco precisamos acreditar num ser inferior (embora os crentes em sua fantasia, deem poder a ele), para praticarmos o mal.
Uma das coisas que me faz ser ateu é essa coisa de monopólio do amor, isto é “deus é amor”, “amai  a deus sobre todas as outras coisas”, ninguém pode obrigar a ninguém a amar qualquer pessoa ou coisa, ama-se ou não.
Outra é essa mania de controlar as pessoas pelo medo de deus, pelo pecado, isto é, se fizer algo errado, deus castiga, se fizer ou deixar de fazer tal coisa, é pecado e pecador não vai pro “céu”. Fica aquela troca interesseira, “vou fazer tal coisa pra ir pro céu”, “vou deixar de fazer tal coisa por que é pecado”.
Já não basta vivermos numa ditadura capitalista onde tudo é mercadoria com preço no mercado, incluindo as pessoas? Já não basta a liberdade ser tolhida tão vorazmente pela realidade mentirosa de que “somos livres”?
Temos realmente que cair na armadilha da fé religiosa, cuja história nos mostra o quão mentirosa, odiosa, exploradora ela é? Temos que ser igual a todo mundo, nivelados a ovelhas de um rebanho?
Não, não temos.
Cada pessoa de fé, merece meu respeito, essa fé é verdadeira, pessoal e baliza a vida dessas pessoas, suas alegrias, suas certezas, suas esperanças, seus relacionamentos, seu conforto nas horas difíceis, enfim...
Mas são essas pessoas o alvo principal de gente que, em nome deus, podem explorá-las. Agora essas pessoas podem também refletir sobre sua fé e tomar a decisão que tomei, ou não, porém eu fiz e me decidi, sou ateu.
Queria dizer que o bem não é propriedade de deus, fazer o bem é uma necessidade humana, para sermos felizes com nós mesmos, não para agradar algo abstrato, a solidariedade não é um monopólio de deus, é nossa obrigação enquanto seres humanos, e que ser ateu é apenas livrar-se das amarras, ser livre, ser livre para fazer as coisas que quiser sem freios, a não ser o do bom senso, da Lei e do caráter. Ninguém precisa de um deus pra ser feliz, nem imaginar um pra culpar pelas infelicidades, muito menos um pra ser dependente. Precisamos acreditar em nós mesmos, e irmos a luta.
Se rezar adiantasse não haveria famintos no mundo, não haveria guerras, não haveria maldade. Podem dizer que isso acontece por falta de deus, eu acho que existe por excesso de deus.
Conformismo (deus quis assim), “ guerras santas” (o meu deus é melhor que o seu, ou o meu é de verdade, o seu é uma mentira), dizimo (verdadeiro roubo legalizado, livre de impostos). Tudo isso, existe por que as pessoas creem num deus, que se existisse, no mínimo seria um brincalhão ou um sádico.
Enfim, a questão é polêmica, e quem está convencido da existência de deus e é crente, fiel ou crédulo não levará em consideração refletir a respeito, encontrará inúmeros argumentos baseados na sua fé pra me contradizer, já os que como eu se livraram disso podem refletir sobre alguns outros ângulos que muito provavelmente eu deixei de fora.
Argumentos baseados em fé não se sustentam, só serve para as próprias pessoas que a tem.

domingo, 6 de janeiro de 2013

UM DIA - pretenso poema




O desejo é muito forte...
Quase posso sentir acontecendo...
Olhando esse mar, forte, inigualável...
Suas ondas confusas e disformes me atingem...
Enquanto olho nos olhos do mar profundo...
A cabeça em milhares de lugares e pessoas...
As coisas todas voando ao meu redor...
Quase posso tocá-las...
O horizonte animalesco a minha frente...
Me imaginei aqui pra sempre...
Pra sempre esse mar azul e esse céu...
Cada gota salgada em meu corpo é uma pedido
Uma súplica desesperada...
Uma esperança de um dia...
Um dia