terça-feira, 29 de janeiro de 2008

MAIS OU MENOS - escrito próprio - versão 2008




Aos trinta e nove, quando escrevi isto, pensava nos quarenta, e hoje com 41, continuo pensando mais ou menos a mesma coisa.
Mais do que isso, penso na minha vida inteira até aqui e por conseqüência no que me espera nessa terceira e provável última parte dela.
A princípio penso que apenas tenho que agradecer. Agradecer pelos pais que tive, pelo amor que me deram, pelos confortos materiais, pela educação, pelos princípios e valores familiares.
Não nasci em berço de ouro, pelo contrário, era 1967 e meu pai sofria perseguição política advinda do golpe militar de 1964, e meu berço de vime que fora de minha mãe estava sempre numa Kombi, na qual viajávamos os três, para meu pai fazer fotografias e vender reportagens para um jornal, emprego que ele conseguira com seu primo, visto que ninguém dava emprego pra ele pelas pressões dos milicos da época.
Devo agradecer pelos meus filhos, que Deus me deu com saúde, inteligência e mesmo com a minha distância, tive a sorte de serem pessoas maravilhosas, com valores morais, familiares e religiosos.
Minha irmã querida, meus avós e tios, uma família grande, parte dela não tenho convivência, mas com os que eu tenho, agradeço pelo amor e conselhos, nem sempre aceitos, porém, ouvidos. Enfim, sou grato a toda essa base amorosa e sólida, sem a qual não estaria aqui hoje a escrever isso. E por que escrever? Não sei, sinto essa necessidade de expressão, eu não tenho quase ninguém com quem falar e isso me sufoca, não sei também se são pelos fatos que estão acontecendo no momento em minha vida (de novo), se foi a visita dos meus filhos(agosto/setembro-2006), se é o grande amor que sinto, do qual desejo um eco mais forte, não sei, mas estou escrevendo e publicando isso.
A visita dos meus filhos me fizeram refletir sobre a minha vida, acho que era o que estava faltando pra eu dar vazão a essa reflexão, por que sinto que falhei muito com eles e na vida, não consigo deixar de me sentir culpado e ter a consciência de que as conseqüências que não são boas pra mim hoje, são frutos dos meus próprios erros.
Estou me sentindo uma pessoa “mais-ou-menos”, tipo, mais ou menos amada, mais ou menos querida, mais ou menos trabalhando em coisas mais ou menos legais. To cansado do mais ou menos, e pior, as vezes me acostumo com o mais ou menos e sei que não devia, mas as vezes falta forças.
Tenho medo do futuro, que antes não parecia ser mais ou menos, parecia não menos que formidável, hoje não sei se será mais ou menos suportável.
O fato de meus filhos morarem em outro país, na Europa, me força a pensar que eu tenho que conseguir trabalhar em algo que me de a oportunidade de economizar para visitá-los pelo menos uma vez por ano ou de dois em dois anos. Essa realidade está mais ou menos perto ou longe, por que emprego fixo não tenho.
Então, hoje ao me despedir do Emmanuel e da Ramayana, senti uma enorme vontade de não ser mais ou menos, de ser como todo pai, de ser como todo homem que tem seu trabalho, seu amor, sua vida em suas mãos, trilhando, com dificuldades ou não, o seu caminho em direção aos seus objetivos, que tem perspectivas, incentivado pela própria vida que constrói.
Mas mesmo sem saber o que será da minha vida, do grande amor que sinto pelos meus filhos, do meu futuro profissional, estou feliz. Agradecido a Deus completamente.
Porém, mais ou menos...feliz

Alnary Filho
10/09/2006 – versão 2008

quarta-feira, 16 de janeiro de 2008

LEMBRAR VOCÊ! - pretenso poema




ME FAZ BEM LEMBRAR DE VOCÊ
TER VOCÊ NO CORAÇÃO ME ADOÇA A ALMA
O SEU JEITO DE SORRIR
O SEU JEITO DE ANDAR
O SEU JEITO DE PENSAR
O SEU JEITO DE FAZER AMOR

ME FAZ BEM LEMBRAR DE VOCÊ
TER VOCÊ NA MINHA CABEÇA ME ADOÇA A VIDA
O SEU JEITO DE FALAR
O SEU JEITO DE ESCREVER
O SEU JEITO DE OLHAR
O SEU JEITO DE FAZER AMOR

ME FAZ BEM LEMBRAR DE VOCÊ
TER VOCÊ NA MINHA ALMA ADOÇA O CORAÇÃO
O SEU JEITO DE BEIJAR
O SEU JEITO DE PEGAR
O SEU JEITO DE COMER
O SEU JEITO DE FAZER AMOR

LEMBRAR VOCÊ TRAZ SAUDADE SIM E MUITA,
MAS TAMBÉM ME ALEGRA E ADOÇA, A ALMA A VIDA E O CORAÇÃO!


Alnary Filho
Agosto de 2006

ARMADILHA DO PENSAMENTO - pretenso poema


Sempre que penso em você...
Sei que viver vale a pena
O sol é mais brilhante, o calor é você

Sempre que penso em você...
Sei que amar vale a pena
A lua é mais bela, a beleza é você

Sempre que penso em você...
Sei que a felicidade vale a pena
Os passarinhos cantam mais, o canto é você

Sempre que penso em você...
Sei que lutar pra viver vale a pena
A vida é mais alegre, a alegria é você

Sempre que penso em você...
O sol sempre brilha
A lua é sempre cheia
O canto dos passarinhos é sempre lindo
A vida é sempre alegre

Eu penso em você sempre!


Alnary Filho
Setembro de 2006.

MINHA VIDA NO ESPELHO - pretenso poema


Então...

Mais uma semana passou...
Estou vivo, olhando nesse espelho.
Ouvindo o barulho da vida acelerada lá fora...
Minha barba por fazer, um ar de tristeza
Me pergunto, por que?

Estou aqui, tudo a fazer...nada a fazer
Quero tudo...mas, vontade de nada
Fugindo o tempo todo dos pensamentos...
Das memórias...das saudades...
O telefone toca...

Era engano...engano de quem? Meu?
Sim, meus enganos coincidindo com outro engano.
Este mais banal, os meus...não!
Fatais, os meus são fatais...
Factuais como a vida, vida procurando um sentido...

Volto pro espelho...faço uma careta
Todo mundo faz careta na frente do espelho...
Rio da minha careta e pronto...
Consegui fugir novamente, esqueço o passado...
Olho pra frente...

Decido: Vou fazer a barba!!!

Amanhã..tudo de novo.

Alnary Rocha
10/11/2006

VIDASONHO - pretenso poema


Mesmo que o teu encanto por mim
Esteja ofuscado
O meu encanto por você
Sempre é grande e renovado

Mesmo que no passado
Algo se perca
Não esqueça que no presente
Pode ser encontrado

Mesmo que em seu peito
Algo se quebre
Não se esqueça que com amor
Tudo pode ser concertado

Mesmo vivendo a realidade as vezes cruel
Não existe vida sem os sonhos
Não se esqueça que mesmo acordada
Tudo pode ser sonhado

Não escrevo por que estou triste
Mas pra lembrar que a vida real existe
Ela é tão viva quanto as palavras
Tão real quanto o amor que em mim resiste


Alnary Filho
16/10/2006

ESGUALEPANDO - autoria própria



Esgualepar-se ... quem não se esgualepou já?
Ontem me esgualepei...
Começa assim:
Duas garrafas de vinho branco frisante e gelado
No balde com muito gelo...civilizadamente em taças de cristal
Uns filezinhos assando educadamente na assadeira elétrica
Mesa arrumada
Carne servida com os acompanhamentos...
Até aí nada de esgualepação....
A esgualepação começa quando o vinho acaba
e a preguiça de sair comprar mais uma garrafa começa
Alternativas...
Há... tem a cerveja geladinha de domingo que ta lá esperando...então...
Dá-lhe cerva....mistura boa....cabeça começando a esgualepar
Som é claro...musica anos setenta e oitenta...
Mais cerva...começamos a dançar a lá John Travolta....esgualepação já
A cerva não é suficiente, já são duas da manhã...alguém lembra da Askov na geladeira...
Olha pro lado...mexiricas e abacaxi... um esgualepado acha ótima idéia
Taças gigantes com mexirica e abacaxi, gelo e muita Askov...
Nessa altura a esgualepação ta no auge...na janela eu grito:
Vizinhossss....sabe Deus porque!
Começa a filmagem de celular e muitas risadas, aliás as risadas desde as cervas
Já tavam soando
Dá-lhe Askov...mas, alguém acha mais algumas latinhas que tavam no fundo
Da Geladeira... ESGUALEPAÇÃO TOTAL...
Quatro da manhã...cinco da manhã...
Eu e ela...esgualepados caímos desmaiados na cama...
Oito e meia o quarto gira demais...
Aí mina me salva com o Kit anti-esgualepação...
Eparema, Engov, Dramin e Dipirona...não adianta...
O Vinho, a carne, a cerva e a Askov...voltam e vão pro vaso...
A cabeça esgualepada dói que da vontade de morrer
Depois...outra dose do kit anti-esgualepação
Dormi feito um desgraçado até as 11...mas sarei
Limpamos a cozinha e cozinhei pra minha salvadora
Moral da história:
Os esgualepados também amam...e cozinham....
Hehehehehehe

Alnary Rocha
24/09/2007

PSICOPATA - autoria própria


PSICOPATA

- Sangue, sangue...quero sangue! A voz dizia...
A cabeça rodava, assim como a pistola na mão suada...
- Não! Chega! Não vou fazer mais isso...
- Isso o que? De novo a voz...
- Não vou mais usar isso...
A voz: - Quer uma faca então?
- Sangue, eu quero sangue...
- Com a faca corte, com a pistola atire...não interessa
- Sangue...não esqueça!
- Eles não são mais gente...pode acabar com eles...
- São crianças...
- Armadas até os dentes...roubando por aí
- Não...não quero...
- Você vai fazer o que te digo...se não fizer,
o sangue que vou querer é o teu...
- Aquele lá, com a lata de cola...atira nele...
- Não consigo fazer mira...
- Atira porra!
- Legal...
- Peguei no ar...tomou pipoco no ar...
- Isso...sangue...bom garoto!
A voz satisfeita...parou de falar...
Ele então foi pra casa...escondeu a pistola...
Tomou banho e vestiu o terno
Estava na primeira fila do coral da igreja
Tudo bem...
Mas...ele sabe...a voz voltará amanhã...

Alnary Rocha
05/10/2007

Esse é trash, mas por que não?
Combina muito com os dias dessa nossa pós-modernidade enlouquecida e paranóica.

OS MEIOS DE COMUNICAÇÃO - INDÚSTRIA CULTURAL - autoria desconhecida


No Brasil, pode-se dizer que a Indústria Cultural nasceu com o Rádio. E o Rádio, como todo mundo sabe, é “pai” da industria do disco. O rádio ganha popularidade em nosso País a partir da década de 30, isto é, a partir do momento em que a sociedade vai se urbanizando, em virtude da industrialização.A primeira emissão radiofônica brasileira ocorreu em 1922. Nos primeiros anos, as emissoras funcionavam de forma amadorística e a programação baseava-se na execução de musica clássica, óperas ou textos “instrutivos”, isto é, programa voltados para a elite. O rádio tinha um caráter erudito. Até 1930, havia apenas 21 emissoras de rádio no Brasil. Foi então que o governo, através de uma Lei, autorizou a propaganda no rádio. A partir daí, com patrocinadores para os programas e “reclames” de todo tipo, o rádio foi-se popularizando, as emissoras aumentaram de número e milhares de ouvintes começaram a ouvir todos os dias o célebre: “ alô, amigos...”. A introdução da propaganda radiofônica transformou o rádio em fenômeno social. As musicas e os artistas ganharam força, a voz dos locutores cativava mais e mais fãs. A Industria Fonográfica, isto é, as gravadoras, ganharam rios de dinheiro. O público comprava mais e mais discos dos astros e estrelas promovidos pelos programas. No fim dos anos 30, Carmem Miranda (“apequena notável”), era a cantora de maior sucesso no Brasil, já reconhecida internacionalmente. Cantava, rebolava de baiana e se transformava em atriz de cinema. Contratada por Hollywood, norte-americanos, exportou seu rebolado, cantando: “yes nós temos bananas”. Era a glória! Voltando ao Brasil, foi recebida como um fenômeno, um mito, uma musa nacional. Na verdade, foi uma mercadoria que deu certo, e ela nem brasileira era, uma portuguesa que a Industria Cultural produziu, difundiu e vendeu.

O rádio popularizou as “nossas coisas”. Ao mesmo tempo, começou a popularizar, entre nós, o american way of life, isto é, o “estilo de vida americano”. Da década de 40 pra cá, a classe média e os operários urbanos passaram a ouvir as canções de que os norte-americanos gostavam, a tomar coca-cola e a vestir calças far-west dos cowboys (ou seja, jeans “oeste longínquo” e “garotos das vacas”) E não é só. O cinema, ao lado do rádio, trouxe Greta Garbo, Clark Gable e Marlene Dietrich. Os brasileiros “perceberam” que seus astros usavam lentes “Ray-Ban” para os olhos, lâminas Gillette para o rosto e escovavam seus dentes com Colgate e Kolynos (hoje Sorriso). Aos poucos, “aprenderam a falar ok, bye-bye, e Office-boy. De modo que, os nossos governantes abriam os braços para as multinacionais, o povo brasileiro abriu os olhos para a cultura de lá, fechando-os para a cultura de cá....E o Brasil foi virando Brazil.

LÁBIOS - pretenso poema



Seus lábios, verbo forte, belo e intenso,
é verso sem medida, é promessa, é canto nu,
é abismo projetando à imensidão do coração,
é o gemido apertado em línguas tensas.

Seus lábios são a primavera do desejo,
que libera o odor maduro das flores belas,
quando o corpo e a alma se habilitam
aos loucos êxtases sem freios...

Seus lábios se transformarão em precipício,
Quando eu tomar teu rosto em minhas mãos,
mergulhar nas chamas dos teus olhos...
E me entregar sem medo aos seus carinhos...

Seus lábios serão fonte, o início dos meus puros sonetos,
onde declamarei meus intensos sentimentos...
Estou em busca do tremor dos lábios teus,
apertados juntos aos meus...

Alnary N. Rocha Fº
30/08/2007
00:15

O DIREITO AO PALAVRÃO - Luís Fernando Veríssimo

Os palavrões não nasceram por acaso. São recursos extremamente válidos e criativos para prover nosso vocabulário de expressões que traduzem com a maior fidelidade, nossos mais fortes e genuínos sentimentos.É o povo fazendo sua língua. Como o Latim Vulgar, será esse Português vulgar que vingará plenamente um dia. Sem que isso signifique a "vulgarização" do idioma, mas apenas sua maior aproximação com a gente simples das ruas e dos escritórios, seus sentimentos, suas emoções, seu jeito, sua índole."Pra caralho", por exemplo. Qual expressão traduz melhor a idéia de muita quantidade do que "Pra caralho"? "Pra caralho" tende ao infinito, é quase uma expressão matemática. A Via-Láctea tem estrelas pra caralho, o Sol é quente pra caralho, o universo é antigo pra caralho, eu gosto de cerveja pra caralho, entende?No gênero do "Pra caralho", mas, no caso, expressando a mais absoluta negação, está o famoso "Nem fodendo!". O "Não, não é não!" e tampouco o nada é eficaz e já sem nenhuma credibilidade "Não, absolutamente não" o substituem. O "Nem fodendo" é irretorquível, e liquida o assunto.Te libera, com a consciência tranqüila, para outras atividades de maior interesse em sua vida. Aquele filho pentelho de 17 anos te atormenta pedindo o carro pra ir surfar no litoral? Não perca tempo nem paciência. Solte logo um definitivo "Marquinhos, presta atenção, filho querido, NEM FODENDO!". O impertinente se manca na hora e vai pro Shopping se encontrar com a turma numa boa e você fecha os olhos e volta a curtir o CD do Lupicínio.
Por sua vez, o "porra nenhuma!" atendeu tão plenamente as situações onde nosso ego exigia não só a definição de uma negação, mas também o justo escárnio contra descarados blefes, que hoje é totalmente impossível imaginar que possamos viver sem ele em nosso cotidiano profissional. Como comentar a gravata daquele chefe idiota senão com um "é PhD porra nenhuma!", ou "ele redigiu aquele relatório sozinho porra nenhuma!O "porra nenhuma", como vocês podem ver, nos provê sensações de incrível bem estar interior. É como se estivéssemos fazendo a tardia e justa denúncia pública de um canalha. São dessa mesma gênese os clássicos "aspone", "chepne", "repone" e, mais recentemente, o "prepone" - presidente de porra nenhuma.Há outros palavrões igualmente clássicos. Pense na sonoridade de um "Puta-que-pariu!", ou seu correlato "Puta-que-o-pariu!",falados assim, cadencialmente, sílaba por sílaba... Diante de uma notícia irritante qualquer um "puta-que-o-pariu!" dito assim te coloca outra vez em seu eixo. Seus neurônios têm o devido tempo e clima para se reorganizar esacar a atitude que lhe permitirá dar um merecido troco ou o safar de maiores dores de cabeça.E seria tremendamente injusto não registrar aqui a expressão de maior poder de definição do Português Vulgar: "Fodeu!". E sua derivação mais avassaladora ainda: "Fodeu de vez!". Você conhece definição mais exata, pungente e arrasadora para uma situação que atingiu o grau máximo imaginável de ameaçadora complicação?Expressão, inclusive, que uma vez proferida insere seu autor em todo um providencial contexto interior de alerta e auto-defesa.Algo assim como quando você está dirigindo bêbado, sem documentos do carro e sem carteira de habilitação e ouve uma sirene de polícia atrás de você mandando você parar: O que você fala? "Fodeu de vez!".Sem contar que o nível de stress de uma pessoa é inversamente proporcional à quantidade de "foda-se!" que ela fala. Existe algo mais libertário do que o conceito do "foda-se!"? O "foda-se!" aumenta minha auto-estima, me torna uma pessoa melhor. Reorganiza as coisas. Me liberta."Não quer sair comigo? Então foda-se!". "Vai querer decidir essa merda sozinho(a) mesmo? Então foda-se!".O direito ao "foda-se!" deveria estar assegurado na Constituição Federal. Liberdade, igualdade, fraternidade e foda-se!Grosseiro, mas profundo... Pois se a língua é viva, inculta, bela e mal-criada, nem o Prof. Pasquale explicaria melhor. "Nem fodendo..."

Luís Fernando Veríssimo

TIME - Letra traduzida - PinK FloyD - 1974


Compositores:
Mason, Waters, Wright and Gilmour


Ticking away the moments that make up a dull day
You fritter and waste the hours in an offhand way.
Kicking around on a piece of ground in your home town
Waiting for someone or something to show you the way.

Tired of lying in the sunshine staying home to watch the rain.
You are young and life is long and there is time to kill today.
And then one day you find ten years have got behind you.
No one told you when to run, you missed the starting gun.

So you run and you run to catch up with the sun, but it's sinking
And Racing around to come up behind you again.
The sun is the same in a relative way, but you're older
Shorter of breath and one day closer to death.

Every year is getting shorter, never seem to find the time.
Plans that either come to naught or half a page of scribbled lines
Hanging on in quiet desparation is the English way
The time is gone the song is over, thought I'd something more to say

Home, home again
I like to be here when I can
When I come home cold and tired,
It's good to warm my bones beside the fire
Far away across the field
The tolling of the iron bell
Calls the faithful to their knees
To hear the softly spoken magic spells.


Pequena tradução (versão) de um fragmento

As horas passam marcando os momentos
Que se vão,que formam um dia monótono
Você desperdiça e perde as horas
De uma maneira descontrolada

Perambulando por um pedaço de terra
Na sua cidade natal
Esperando alguém ou algo
Que venha mostrar-lhe o caminho

Cansado de deitar-se a luz do sol
De ficar em casa observando a chuva
Você é jovem e a vida é longa
Há tempo de viver o hoje

E depois,um dia você descobrirá
Que dez anos ficaram para trás
Ninguém te disse quando correr
Você perdeu o tiro de partida

E você corre e corre para alcançar o sol
Mas ele está indo embora no horizonte
E girando ao redor da Terra para se levantar
Atrás de você outra vez

O sol permanece relativamente o mesmo
Mas você está mais velho
Com o fôlego mais curto
E a cada dia mais próximo da morte

Cada ano está ficando mais curto
Nunca você parece ter tempo
Planos que tão pouco deram em nada


______________________________________

Mais uma letra que reflete os velhos medos (serão realidades?) com os quais me defronto, me identifico e por isso, mesmo em inglês, enquanto a maioria dança e curte "Time after time", eu curto, mas as palavras...as palavras me parecem tão reais...


Alnary Rocha

SOBRE O TEMPO QUE GANHAMOS - Jornalista, Marcelo Canellas

Havia mais terrenos baldios. E menos canais de televisăo.
E mais cachorros vadios. E menos carros na rua.
Havia carroças na rua. E carroceiros fazendo o pregăo dos legumes. E mascates batendo de porta em porta. E mendigos pedindo păo velho.
Por que os mendigos năo pedem mais păo velho?A Velha do Saco assustava as crianças. O saco era de estopa.
Năo haviam sacos plásticos, levávamos sacolas de palha para o supermercado.
E cascos vazios para trocar por garrafas cheias. Refrigerante era caro.
Só tomávamos no fim de semana.
As latas de cerveja eram de lata mesmo,não eram de alumínio.
Leite vinha num saco. Ou entăo o leiteiro entregava emcasa, em garrafas de vidro. Cozinhava-se com banha de porco.Toda dona-de-casa tinha uma lata de banha debaixo da pia.O barbeador era de metal, e a lâmina era trocada de vez em quando.
Mas só a lâmina. As camas tinham suporte para mosquiteiro.
As casas tinham quintais. Os quintais tinham sempre uma laranjeira, ou uma pereira, ou um pessegueiro.Comíamos fruta no pé. Minha vó tinha fogăo a lenha. E compotas caseiras abarrotando a despensa. E chimia de abóbora, e uvada, e păo de casa.Meu pai tinha um amigo que fumava palheiro. Era comum fumar palheiro nacidade; tinha-se mais tempo para picar fumo. Fumo vinha em rolo e cheiravabem. O café passava pelo coador de pano .As ruas cheiravam a café.Chaleira apitava. O que há com as chaleiras de hoje que năo apitam?As lojas de discos vendiam long plays e fitas K7.
Supimpa era ter um tręs-em-um: toca-disco, toca-fita e rádio AM (năo havia FM). Dizia-se 'supimpa', que significa 'bacana'. Pois é,dizia-se 'bacana',saca? Os telefones tinham disco. Discava-se para alguém. Depois, punha-seo aparelho no gancho. Telefone tinha gancho. E fio.Se o seu filho estivesse no quarto dele e vocę no seu escritório, vocędava um berro pra chamar o guri, em vez de mandar um e-mail ou umrecado pelo MSN. Estou falando de outro milęnio, é verdade. Mas o séculopassado foi ontem! Isso tudo acontecia há apenas 20 ou 25 anos, năo mais doque o espaço de uma geraçăo. A vida ficou muito melhor. Tudo era maisdemorado, mais difícil, mais trabalhoso. Entăo por que engolimos o almoço?Entăo por que estamos sempre atrasados?
Entăo por que ninguém mais bota cadeiras na calçada?Alguém pode me explicar onde foi parar o tempo que ganhamos?

31/10/2007

IDÉIAS SÃO COISAS QUE ENFIAM EM NOSSA CABEÇA? - autoria própria




“Ideologia...eu quero uma pra viver...”

Em nossos dias o conhecimento se mercantilizou, como tudo o mais, e as idéias são elaboradas, “designed” antes de serem colocadas para as pessoas, já não se apresentam às coisas como elas existem, procuram criar uma nova existência, submetida à lei do mercado.
A ideologia capitalista age através de símbolos, dissimulando o real e tentando impor-lhe a sua significação. Os objetos, as regras da sociedade contemporânea, as convenções e as conveniências, são sutilmente (ou não) injetadas no nosso dia a dia, através de simbologia. Tais símbolos são formações que representam o objeto, que estão em relação entre si, ao mesmo tempo que são distintos, que dependem de si próprios, assim como os objetos dependem deles. Os símbolos nascem antes mesmo do objeto ser fabricado, assim, não são as pessoas que se enganam, é a “realidade” que as enganam. É o pseudo-real, o pseudoconcreto. Os locais de trabalho, de estudo, de lazer, o nosso quadro de vida cotidiana, são concebidos como mercadoria, para seduzir e atrair.
Hoje em dia dizer-se de uma ideologia diferente da posta, ou de uma ideologia alternativa, é, em certos círculos, motivo de chacota, ou de gênese, de ódios e diferenças irreconciliáveis. E porque? Por que as conveniências e os interesses pessoais estão acima de tudo, o egoísmo, a mesquinhez. Tudo reflexo do contexto em que vivemos, da competição, da vantagem, da velha história: Winner x Loser. Ou você é um vencedor, não importa o que isso custe, ou que valores você perca, ou você é um perdedor, mesmo que seja honesto e trabalhador.
Não é que seja “legal” termos uma ideologia. Nós temos que ter uma ideologia, para mantermos a sanidade, enxergar na neblina simbólica, vermos que existe uma agenda de assuntos postos para discutirmos (e acatarmos a solução gentilmente imposta), só que nós não participamos da pauta, criticar isso, dizer um basta a hipocrisia, a alienação, ao conformismo e até mesmo aquele conformismo religioso “Deus quis assim”.
Por que escrevi tudo isso. Ora, precisa de explicação? Basta vermos os telejornais, lermos os impressos, ouvirmos as conversas de rua, toda semana tem assunto novo na praça, na Internet, na política, tudo numa grande onda que vai e não quebra, não da tempo, logo vem outra e esquecemos daquela que passou. Vejo gente trocando de partido como quem troca de camisa, vejo gente se aliando com o inimigo, vejo gente mudando discurso pra que ele caiba na moda em vigor, vejo gente traindo princípios que jurou defender por conveniência pessoal. Vejo.
Vejo, sobretudo, as virtudes se perdendo.
Por isso que concordo com o Cazuza: Ideologia, eu quero uma pra viver, mas acrescento: Eu tenho uma e não abro mão!
Mas aviso, ela não é engessada, ela é coerente, e se preciso for mudá-la, será sempre dentro das diretrizes que coloquei quando escolhi o caminho que trilho.
Não acredito nos apolíticos, a neutralidade não existe.
Escolha um lado e vamos a luta!

Alnary Rocha
26/08/2007

A MORTE - Lya Luft

A rainha de nossa preplexidade, que torna o presente tão importante, o amor tão urgente, a bondade tão necessária, a ética tão essencial, a arte tão explicável – ela, a majestade a morte, deveria nos tornar muito melhores do que somos.

Muito mais generosos. Muito mais audaciosos. Muito mais abertos para a vida, a alegria, a claridade, em lugar de tão enredados em nossas intrigas mesquinhas, nossas reclamações cotidianas, nossas vinganças minúsculas.

Porque só com vida bem vivida com decência, coragem e doçura preparam-se alguém, ainda que sem muita habilidade, para isso que chamamos morte, que nos espreita na cama, no carro, no avião, na calçada ou na escola invadida por um terrorista alucinado.

Lya Luft

Enviado por meu tio:
Horácio Nunes Rocha, em 07/08/2006.

CONSTRUIR UMA RELAÇÃO - autoria própria


Construir uma relação.
Construir algo pra vida toda, parece sonho querer algo pra “vida toda”, parece prepotência, negar a realidade de que as coisas são fluídas demais, dinâmicas demais, e o “pra sempre” uma mentira.
Discordo completamente. Se diante de um processo de projeto de vida, seja ele qual for, se não pensar no “pra sempre”, na minha opinião, esse projeto “já era”.
O tal do “pra sempre” é base, é pré-requisito, estou falando de projeto de vida, não de planos para determinados objetivos com começo, meio e fim. Estou falando da resposta que se tem de pensar quando se é perguntado sobre a sua vida.
Tenho muitos planos, tenho minhas metas, alguns planos e algumas metas são de médio e curto prazo. Mas meu projeto de vida é pra toda ela.
Construir uma relação.
Construir uma relação de amor com alguém, é um belo projeto de vida, onde cabem nossos demais planos e nossas outras metas.
E como é difícil, como é doloroso algumas vezes. Somos seres humanos, o pior e mais suscetível material de toda a face da terra, e também o mais precioso e maravilhoso material.
O ser humano é o paradoxo dos paradoxos.
Construir uma relação.
O amor é o grande combustível que nos faz mover todo o resto e é ele que está na base fundamental da construção da relação entre as pessoas. Por ele se sofre, se sangra, se contenta, se entusiasma. É por essa loucura maravilhosa que se chama amor, que de vez em quando parece ter um nó na garganta da gente, um aperto no peito, uma desconcentração generalizada em todas as outras coisas, um sorriso débil na face, uma sombra escura nos olhos, uma tristeza inexplicável, uma insegurança até pra ouvir uma musica no rádio, respostas sem nexo e a flor da pele, o sexo.
Construir uma relação.
O amor é objeto da batalha, cujo premio não é a paz ou a segurança, o premio é chance de ser o privilegiado construtor conjunto do processo da relação. O prêmio, é ter a chance de cuidar de um jardim chamado felicidade.

Alnary Rocha
03/09/2007

CONFORTABLY NUMB - Pink Floyd - The Wall - 1979 e tradução



Hello
Is there anybody in there
Just nod if you can hear me
Is there anyone at home
Come on now
I hear you're feeling down
I can ease your pain
And get you on your feet again

Relax
I'll need some information first
Just the basic facts
Can you show me where it hurts
There is no pain, you are receding
A distant ship smoke on the horizon
You are coming through in waves
Your lips move but I can't hear what you're saying
When I was a child I had a fever
My hands felt just like two balloons
Now I've got that feeling once again
I can't explain, you would not understand
This is not how I am
I have become comfortably numb

O.K.
Just a little pic cliick
There'll be no more aaaaaaaah!
But you may feel a little sick
Can you stand up?
I do belive it's working, good
That'll keep you going through the show
Come on it's time to go.
There is no pain, you are receding
A distant ship smoke on the horizon
You are only coming through in waves
Your lips move but
I can't hear what you're saying
When I was a child
I caught a fleeting glimpse
Out of the corner of my eye
I turned to look but it was gone
I cannot put my finger on it now
The child is grown
The dream is gone
And I have become Comfortably numb

Tradução

Alo Tem alguém aí dentro?
Apenas balance a cabeça se você pode me ouvir
Tem alguém em casa?
Venha agora
Eu sinto que você está deprimido
Eu posso aliviar sua dor
E deixá-lo de pé novamente
Relaxe
Eu precisarei de algumas informações primeiro
Apenas os fatos básicos
Você pode me mostrar onde doi?
Não há dor, você está retrocedendo
Um navio distante solta fumaça no horizonte
Você está voltando aos poucos
Seus lábios se movem mas eu não posso ouvir o que você está dizendo
Quando eu era uma criança eu tive uma febre
Minhas mãos pareciam dois balões
Agora estou sentindo aquilo novamente
Eu não posso explicar, você não entenderia
Eu não sou assim
Eu fiquei confortavelmente entorpecido

O.K.
Apenas uma picadinha
Não haverão mais aaaaaaaah!
Mas você pode sentir-se um pouco doente
Você pode ficar de pé
Eu acho que está funcionando,
bom Isto vai te manter bem durante o show
Venha é hora de ir.
Não há dor, você está retrocedendo
Um navio distante solta fumaça no horizonte
Você só está voltando aos poucos
Seus lábios se movem mas eu não posso ouvir o que você está dizendo
Quando eu era criança
Eu dei uma olhada rápida
Pelo canto do meu olho
Eu me virei para ver mas já tinha ido
Eu não posso colocar meus dedos nele agora
A criança cresceu
O sonho acabou
E eu fiquei
Confortavelmente entorpecido.


Essa é a musica que mais gosto!!
Espero que os que nunca a escutaram, a escutem, é a musica que me faz sentir bem, que curto como rock, com um maravilhoso solo de guitarra executado por David Gilmore, me lembra o mar com uma brisa e uma caipirinha e saudades gostosas dos amores que tive.
Eu quero que a toquem quando eu me for, no dia, naquela bobagem que chamam de velório.

Alnary Rocha 16/01/2008

A VIDA - pseudo poema


Nunca passei por um momento tão difícil antes...
Não sei avaliar bem, pois, outros tantos momentos tristes passei
Perdas irreparáveis! Seremos apenas almas errantes?
A saudade maior vem dos momentos felizes que vivenciei

Sofri e chorei a passagem de pessoas amadas que nunca mais verei
Conselhos, carinhos e beijos! Ah! Se tudo fosse como dantes...
Nessa madrugada tudo dói novamente. Eu sobreviverei?
Minha mente se recusa a aceitar, a ter atitudes clementes

Meu corpo pede, minha alma implora, eu choro
Choro por tudo, choro por nada, sozinho na multidão
Penso, penso sem parar, nas coisas que não mais quero
Não quero pensar, mas desejo de volta o que perdi em vão

Uma viagem, por vários caminhos, sem nunca chegar, eu percorri
O meu amor eu já conheci no início, veredas e colinas diferentes
Chuvas, cicatrizes e vidas depois, nossos caminhos de novo juntos ali
O sonho se realizara, meu sonho de quando éramos adolescentes

Quase esquecido sentimento, guardado por tanto tempo quieto em minha alma
Depois de tantas tormentas, a felicidade a mim retornava
Período inesquecível, gostoso, que adoça a boca como pêssego em calda
Mas, novamente alguma coisa aconteceu, a dor pra mim voltava

A rainha má, a dor, veio com a sua côrte, ela nunca vem sozinha
Me impôs suas ordens, ergueu um muro em meu caminho
Cercou-me, tirou-me o trabalho, a dignidade e disse: “infeliz, estás sozinho!”
O que fiz para merecer isso? Sou mal? Sou daninho?

Não sei, sou sonhador, sou pássaro, preciso voar, mas não sei voar sozinho
Com as asas cortadas, rastejando e sangrando agora estou
E essas asas quando curadas? Vou então querer voltar para o ninho?
Não Sei...
Apenas sei o que sinto, ser feliz, um sonho distante, um longo caminho.

Alnary Filho
Madrugada de 12/06/2006
03:37

NESSUM DORMA - Giacomo Puccini - tradução

Que ninguém durma
Que ninguém durma
Mas meu segredo permanece guardado
Dentro de mim
Meu nome ninguém saberá
Não, não
Desapareça, ó noite
Sumam, ó estrelas
Sumam, ó estrelas
Na alvorada vencerei
Vencerei, vencerei

VELHOS AMIGOS - Poema de Almir Sater

Velhos Amigos
Quando se encontram
Trocam notícias
E recordações
Bebem cerveja
No bar de costume
E cantam em voz rouca
Antigas canções
Os velhos amigos
Quase nunca se perdem
Se guardam para
Certas ocasiões
Velhos amigos
Só rejuvenescem
Lembrando loucuras
De outros verões
E brindam alegres
Seus vivos e mortos
E acabam a noite
Com novas canções
Conhecem o perigo
Mas fazem de conta
Que o tempo não ronda
Mais seus corações

Almir Sater

SAUDADE - Poema de Antonio Kleber

Ardência incontida percorre meu corpo,
ao tempo em que sinto um aperto no peito.
Voltar! Que desejo impossível este verbo
reclama aos sentidos tomados de dor!

As horas findaram; os beijos e abraços
são sombras de arquivo de antigos desejos.
Ah, quanto te quis nesses dias vazios!
Ah, como sofri sem teu cheiro e tua voz!

Orgulho sem freios travou meus impulsos,
enquanto os meus dias ao pranto cederam,
minando a existência ferida de morte.

Teu tempo, tua vida, teu corpo, teus ais,
teus sonhos tão simples, mas cheios de graça,
perdi tudo, amor, à exceção da saudade.

Antonio Kleber