quarta-feira, 16 de janeiro de 2008

OS MEIOS DE COMUNICAÇÃO - INDÚSTRIA CULTURAL - autoria desconhecida


No Brasil, pode-se dizer que a Indústria Cultural nasceu com o Rádio. E o Rádio, como todo mundo sabe, é “pai” da industria do disco. O rádio ganha popularidade em nosso País a partir da década de 30, isto é, a partir do momento em que a sociedade vai se urbanizando, em virtude da industrialização.A primeira emissão radiofônica brasileira ocorreu em 1922. Nos primeiros anos, as emissoras funcionavam de forma amadorística e a programação baseava-se na execução de musica clássica, óperas ou textos “instrutivos”, isto é, programa voltados para a elite. O rádio tinha um caráter erudito. Até 1930, havia apenas 21 emissoras de rádio no Brasil. Foi então que o governo, através de uma Lei, autorizou a propaganda no rádio. A partir daí, com patrocinadores para os programas e “reclames” de todo tipo, o rádio foi-se popularizando, as emissoras aumentaram de número e milhares de ouvintes começaram a ouvir todos os dias o célebre: “ alô, amigos...”. A introdução da propaganda radiofônica transformou o rádio em fenômeno social. As musicas e os artistas ganharam força, a voz dos locutores cativava mais e mais fãs. A Industria Fonográfica, isto é, as gravadoras, ganharam rios de dinheiro. O público comprava mais e mais discos dos astros e estrelas promovidos pelos programas. No fim dos anos 30, Carmem Miranda (“apequena notável”), era a cantora de maior sucesso no Brasil, já reconhecida internacionalmente. Cantava, rebolava de baiana e se transformava em atriz de cinema. Contratada por Hollywood, norte-americanos, exportou seu rebolado, cantando: “yes nós temos bananas”. Era a glória! Voltando ao Brasil, foi recebida como um fenômeno, um mito, uma musa nacional. Na verdade, foi uma mercadoria que deu certo, e ela nem brasileira era, uma portuguesa que a Industria Cultural produziu, difundiu e vendeu.

O rádio popularizou as “nossas coisas”. Ao mesmo tempo, começou a popularizar, entre nós, o american way of life, isto é, o “estilo de vida americano”. Da década de 40 pra cá, a classe média e os operários urbanos passaram a ouvir as canções de que os norte-americanos gostavam, a tomar coca-cola e a vestir calças far-west dos cowboys (ou seja, jeans “oeste longínquo” e “garotos das vacas”) E não é só. O cinema, ao lado do rádio, trouxe Greta Garbo, Clark Gable e Marlene Dietrich. Os brasileiros “perceberam” que seus astros usavam lentes “Ray-Ban” para os olhos, lâminas Gillette para o rosto e escovavam seus dentes com Colgate e Kolynos (hoje Sorriso). Aos poucos, “aprenderam a falar ok, bye-bye, e Office-boy. De modo que, os nossos governantes abriam os braços para as multinacionais, o povo brasileiro abriu os olhos para a cultura de lá, fechando-os para a cultura de cá....E o Brasil foi virando Brazil.

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