sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

A CHUVA - pretenso poema




Chove, venta, molha

As lágrimas dos céus parecem já lamentar

O estrago que farão ao chegar


Lágrimas finas lamentam chuvas passadas

Lágrimas grossas, primeiro chegam e depois lavam tudo

Levam tudo em suas aguadas


É tempo de chuva larga

É preciso cuidar para não chorar também

O nosso lamento pelo que a chuva estraga


Mas a chuva que destrói sonhos

É a mesma que os constrói

Fertiliza a terra e põe a girar moinhos


As chuvas e as lágrimas

Tão profunda natureza

Consegue reunir nas gotas o perigo e a beleza


Chuva


Alnary Filho - 25/02/2011

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

NUNESROCHARADA – I ENCONTRO ANUAL DA FAMÍLIA NUNES ROCHA




















A Família Nunes Rocha que se encontrou é composta por 94 membros, entre filhos, noras, netos, bisnetos e tataranetos de Alcides da Silva Rocha e Anna Ryta Nunes Rocha, meus avós, Vô Rochinha e Vó Lilita.

Estiveram presentes exatamente a metade deles, 47, a outra metade, por diversos e compreensíveis motivos não puderam comparecer, mas prometeram que no próximo encontro virão.

É preciso ressaltar que estamos espalhados por alguns Estados e Cidades brasileiras, entre as Regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste do Brasil, assim, alguns realmente não puderam organizar suas agendas a tempo, bem como, surgiram imprevistos de última hora.

O NUNESROCHARADA como apelidamos o Evento, aconteceu no dia 05/02/2011 na sede campestre do Clube Ponta Lagoa em Ponta Grossa-Pr., foi marcado pela fraternidade, o carinho e a vontade de estar perto. Alguns não se viam a pelo menos 20 anos, alguns a mais tempo, outros nem se conheciam pessoalmente, principalmente os mais novos. Eu conheci priminhos que só havia visto em fotos, revi primos e tios que não via desde os tempos de criança, e o mais incrível e notável é que conversamos como se tivéssemos nos visto na semana anterior, foi um encontro intenso e emocionante. Ao contrário do que imaginei, ninguém chorou ou quase não chorou, foi acima de tudo muito divertido e com grande gastronomia.

Agora estamos esperando e planejando o II NUNESROCHARADA.


Fotos:


1 - (esquerda) Primos: Ana Rita, Cíntia, Fabiano, Rafael, Lilo, Fabio, Eduardo, Roberto, Gilberto, Denyse, Mauro, Lilian, Sheila, Marcia, Ana Maria, Daysi e Cristiane.

2 - (direita) Quase todo mundo.

3 - (esquerda) Tio Horácio, Tia Edeni, Tio Nezo, Tio Vadinho, Tio Leleco, Tio Tom e Tio Ivan.

4 - (direita) Tia Mirian, Tia Inês, Tia Soeli, Tia Edeni, Tia Lindamir, Tia Donaide e Tia Loremi.

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

ESCRITO EM PROSA DE ADEUS - Anna Ryta Nunes Rocha


Esse lindo texto, escrito em 1920, pela minha querida avó, Lilita, quando ainda solteira, mostra que a aptidão de muitos de seus descendentes para as letras, de uma forma ou de outra, vem do sangue, vem também da marca dessa mulher fabulosa e extremamente carinhosa, que foi pra um lugar muito especial em 1982.

Alnary Rocha


Lembro-me como se fosse hoje: a manhã floria, num desabrocho esplêndido, quando saltei do leito naquele dia remoto.

Corri e contemplei-a, num doce embevecimento.

A luz ria, a luz cantava, num triunfo glorioso, sobre os horizontes...E o ar parecia de veludo, macio e suave, tão suave como uma carícia!

Nunca mais poderei esquecer a música sonora das aves, que tinham revôos bruscos, num desvairamento de asas...

As laranjeiras, como noivas felizes, toucadas pelo esplendor das flores, pareciam envoltas em túnicas de neve e trescalavam, embalsamando os ares, o aroma inefável das suas guirlandas níveas...

As gotas de orvalho, tombando-lhes cristalinas e puras caindo sobre um túmulo querido.

Mas, apesar da beleza universal das cousas, como tudo era triste, para mim...na vitalidade heróica da manhã! O vento leve, num sussurro melífluo, arrebatava as pétalas das rosas rescendentes, como se as conduzisse para a tua amada sepultura.

O azul do céu sorria para a vida triunfante da terra, mas dir-se-ia ter bênçãos principalmente para os mortos...

Na sua olímpica formosura, era como uma ironia sardônica para quem perdera os carinhos preciosos do melhor dos pais, como a eu me sucedera.

Súbito, numa evocação involuntária e nítida, desenhou-se-me ante os olhos a tua imagem tutelar, ungida da bondade que te era inerente, amorosa e calma, como se houveras regressado do Eterno Reino, entre fundos suspiros, os olhos se me enevoaram de lágrimas, toda empolgada pelo mistério da saudade, lancinante e imensa, paizinho, de quando te encontravas ao meu lado, afetuoso como um amigo e assisado como um mestre...E já quantos anos são decorridos!

Ao ver esfumar-se em meus devaneios o teu vulto amigo, orei, contrita, cabisbaixa, por momentos, e reconfortada voltei para casa.

Adeus, paizinho. Espero que nos encontremos algum dia lá onde hoje repousas, para fruirmos a ventura de perpétuo convívio.

Certo de que nunca deixarás de velar sobre a tua pobre filhinha, entre os rudes espinheiros da terra, ela que tudo faz para merecer-te o amor, abraça-te e beija-te carinhosamente.

Teixeira Soares, 13 de setembro de 1920.

LILITA NUNES