quarta-feira, 23 de julho de 2008

TALVEZ - escrito próprio


Talvez não seja a hora de...
Olharmos dentro de nós mesmos
e vermos que a vida é curta...passageira

Talvez as chances de sermos felizes sejam...
únicas e verdadeiras e que nossos castigos
venham porque as desprezamos...jogamos fora

Talvez joguemos fora por obstáculos que nós mesmos criamos,
não acreditamos nas nossas capacidades de concretizar sonhos,
não acreditamos que podemos e devemos sonhar...

Talvez tenhamos tido inúmeros sofrimentos para o nosso crescimento...
E nós tenhamos ganho esse amor que nos move, nos preenche e não se dissolve
Porque talvez, seja nosso prêmio por termos vivido os nossos dramas...

E talvez, não tenhamos nos dado conta disso
Talvez...
Mas talvez...
Não! Chega de talvez...o talvez faz parte, não há
certeza de nada...

Apenas do que sentimos, do que pulsa em nossos corações...a mania de
querermos a certeza concreta, quando na verdade, ela é abstrata,
subjetiva, e está dentro de nós...

Mas nossos cérebros racionais e complicados
querem dar ouvidos a razão...as vezes é bom...mas a
sensibilidade de nossos sentimentos sempre nos dão a direção
correta...

Nossos sentimentos são as únicas certezas...
A minha única certeza...

Alnary Rocha
01/12/2006

CONSTATAÇÃO - pretenso poema


É impossível não pensar em você!
Foi o que sempre eu fiz...
A maior parte do tempo um doce glacê

O que temos é inquebrável, descobri!
Amor, paixão, loucura, química, mágica...
É como ouvir o canto do colibri

Terremotos, palavras jogadas com eletricidade!
Mágoas e juras de esquecimento...bobagem
Basta um alô de saudade, pula o coração em velocidade

Fizemos força pra esquecer, quisemos nos esconder!
Saudade, o gosto do beijo, vontade...
Sentimos o irrefreável impulso do querer

Temos algo que poucos conseguem viver!
Alguma coisa inexplicável, além dessa vida...
Um amor, um calor, que jamais deixaremos morrer

Não é pretensão, tampouco é presunção!
É coisa de que se tem prova, se sente na alma...
É a constatação pura e simples do coração


Alnary Rocha
22/12/2006

CURTO CAMINHO - pretenso poema


Primeiro dia:

No silêncio da minha casa eu fico a esperar,
Esperar o toque do telefone, uma mensagem qualquer
E deixo o dia passar...
Tento respirar e fazer a vida valer
Não consigo parar de pensar

Segundo dia:

Na imensidão e solidão da minha cabeça
Escuto o fone tocar
Não era quem esperava, era alguém que se enganava
Eu estava contrariando o amor próprio a reclamar
Resolvi deixar meu pensamento vagar

E sem esperar...
Você notícias minhas queria
Não imaginava, nem o calor, nem o amor
Estava quase sepultado e que não mais viveria
A vida reserva surpresas e maravilhas e eu com a dor
Você pouco disse, mas o que disse me trouxe de novo alegria

Terceiro dia....em frente

Me vejo hoje a escrever novamente
O amor latente no coração e na mente
Você me trouxe de volta a vida e a esperança
Me deu todas as palavras, me fez virar criança
Homem maduro e ser permanente

Com você tenho coragem pra ir em frente
Teu amor me aquece a alma
Vejo as coisas que se foram por outra lente
Você me tira do eixo e ao mesmo tempo me acalma
Sonho com teus olhinhos e teu abraço quente
Te quero ver, te quero abraçar, quero beijar tua alma

Alnary Rocha
30/04/2006

segunda-feira, 14 de julho de 2008

O QUE VOCÊ QUERIA? - pretenso poema



Enquanto você olhava meu quarto...
Acomodava-se e diminuía as luzes...
Você queria o meu sangue e minhas lágrimas
O que você quer?
O que você queria de mim?

Eu tinha de falar até não poder mais...
Ficar dizendo coisas que você não acreditava...
Você era tão difícil de satisfazer...
O que você quer?
O que você queria de mim?

Pensava que eu sabia coisas que você não sabia...
Se eu não prometesse verdades...
Você ia embora...
O que você quer?
O que você queria de mim?

Que deveria eu fazer?
Continuar a loucura?
O prazer não bastava...
O que você quer?
O que você queria de mim?

Você não precisa de mim...
Você pode infernizar quem quiser...
Você caiu fora, enfim...
O que você quer?
O que você queria de mim?

Você se perdeu na sua loucura...
Quase me enlouqueceu também...
Aquilo não era amor...
O que você quer?
O que você queria de mim?


Alnary Rocha
12/07/2008

terça-feira, 8 de julho de 2008

O INFERNO É AQUI ! - texto próprio




Sinto muito dizer isso, mas realmente, é isso que está patente, porém, todos fingimos que está tudo bem, as loucuras, as monstruosidades são apenas notícias nos jornais e na televisão, telejornais e revistas eletrônicas, que esperam sempre a próxima tragédia para pautar nossa vida.
Explodem nas telas as indignações já esperadas do senso comum, mas, não suporto ver a cara pré-fabricada dos apresentadores do fantástico, dos demais telejornais e aquela cara ridícula do Faustão, tentando ser inteligente e porta-voz do povo, numa clara intenção de se mostrar diferente do que realmente é, um babaca, palhaço sem graça no picadeiro do Projac, com um vocabulário que não tem mais de meia dúzia de palavras: “dignidade, ôo loco, galera, pessoa humana...”

“Ás vezes eu penso... só uma bomba pode mesmo acabar...com todo esse lixo”

O inferno é aqui sim!
Uma vez um professor do meu curso de graduação, nos idos dos anos 1990, numa aula, disse para que tentássemos imaginar o Planeta sem o homem. Depois disse que a Terra seria perfeita, funcionando em harmonia, com os seres vivos nascendo, vivendo e morrendo, se transformando em nutrientes para que novos seres existissem, o ciclo da água, a atmosfera limpa, e principalmente, sem a violência gratuita e louca que só o ser humano produz. A natureza já é necessariamente violenta, a cadeia alimentar e a sobrevivência do mais forte, a existência das presas e dos predadores, mas mesmo assim em harmonia, sem matança gratuita, sem guerras, etc.
Porém, nunca atrocidades como a do índio Pataxó queimado vivo para diversão de boysinhos de Brasília, assassinato de garotinho de 7 anos por esmirilhamento no asfalto, menina de 12 anos vendendo o corpo, recém nascido jogado aos cães para ser devorado, espancamento por diversão de empregada doméstica por filhinhos de papai da Barra da Tijuca, filhos jogados de prédios pelos próprios pais, corrupção secular na política, fome, saúde pública em frangalhos, escolas públicas com qualidade de esgoto, desemprego, religiões contra a ciência que pode salvar vidas e enganando seus fieis por dinheiro, a alegria do futebol destruída por imbecis que vão aos jogos para se matarem e matarem inocentes, a indiferença da sociedade diante da miséria, dizendo sempre que “eles” tem de resolver, nunca se colocando como parte fundamental de tudo...enfim, o retrato do inferno.

“Acreditar que eu sei... nada vai mudar...a terra já está fedendo.”

Sim, senhoras e senhores, o inferno é aqui!
Só que não tem a forma de um lugar cheio de fogo, com uma figura mitológica de chifre e rabo com tridente na mão, não, quase não é possível identificar uma imagem, senão as fotos das bestas depois de presos, e aproveitem pra ver agora, pois muito em breve estarão soltos, ou a carrancuda fuça de um político, ou ainda o rosto miserável de uma criança de rua.
Graças as sucursais do inferno, que são os fóruns, os bancos e alguns órgãos públicos, onde deveria existir a prática da justiça, o acesso a plena cidadania, mas onde apenas há mais preconceito e violência, onde, por exemplo, um pobre trabalhador rural não pode ter sua demanda atendida por estar calçando chinelos de dedo.
É, esse inferno é real, e aqui fiz apenas um pequeno recorte, nem falei do crime organizado e do narcotráfico, recorte feito dentro da pauta esperada e divulgada pela mídia irresponsável, que permite que idiotas falem idiotices em “horário nobre”.
E não é?
O que um ator de novela pode falar desse inferno? Só por que faz um papelzinho medíocre num folhetim eletrônico, e ainda por cima conduzido por um retardado mental como o Faustão, que coloca autoridades no ar sem o tempo necessário para debater assuntos tão sérios e profundos como as violências acima citadas, e mais, ali não é o lugar e nem o momento para isso. Ou os telejornais com os tons fingidamente sérios de apresentadores, que mudam imediatamente de feição conforme a notícia, cara de pesar para notícia de desgraça e dois segundos depois, um largo sorriso para dar uma notícia fútil ou engraçada.
É essa a informação torta que o povo recebe, reverbera e ladra por curtos momentos, esquece, e novas desgraças surgem para o próximo debate de segundos.
Que merda de mundo é esse?

Mas como diz o restante da letra da musica “Bomba” de 1982 do Patrulha do Espaço:

“Mas va á luta...pra não dançar...”

Sim, estamos na luta, não fugimos, e uma das formas, é escrever aqui a minha real e verdadeira indignação com os fatos, com todos os fatos, principalmente com programinhas medíocres e massificantes como o do Faustão, que é um palhaço em verniz sofisticado pela vênus platinada, que jamais deveria tentar parecer intelectual, por que fica claro que ele não é, e não seria nem que se esforçasse muito, porém, continua distorcendo fatos e impregnando com seu ar fétido e falso as tardes de domingo na TV aberta.
E isso acontece enquanto um programa agudo como o CQC da Bandeirantes, que transforma a notícia em programa de humor, e mesmo com as reservas necessárias, acaba chamando a atenção e faz pensar, pondo em cheque algumas das ditas autoridades do País com perguntas desconcertantes e inteligentes, fica um tempo censurado e impedido de entrar no maior picadeiro brasileiro que é o Congresso Nacional. E mesmo que isso não seja o ideal, nem perto disso é claro, pelo menos traz a notícia de forma inteligível, decodificada, bem no formato que essa sociedade deformada pode entender.

Alnary Rocha
08/07/2008

domingo, 6 de julho de 2008

RECOMEÇO - pretenso poema


Teu amor escorria muito gostoso
Era delicioso escutar sua respiração
Essa, se parecia com as ondas do mar

Para mim era impossível acabar
Um lugar que pudesse existir a dor e a solidão
Não podia crer num pesadelo tão espantoso

Quando pensava nela
Queimava de raiva e desejo
Enlouquecendo sim, eu estava

Imagens, devaneios insanos dela a sorrir
Mas isso já não era mais para mim
E eu fazia promessas que não podia cumprir

Então senti avisos por todos os lados
Decidi tirar de dentro do peito
Tudo o que me fazia o maior dos tolos

Abandonei a angustia e a revolta
Estava no caminho da escuridão, mas...
Venci, e foi ela que pegou isso de volta

A minha vida é o que agora importa
O fogo da paixão consumido
O coração sossegado abre novamente a porta


Alnary Rocha
07/06/2008

sábado, 5 de julho de 2008

SOB O MANTO - pretenso poema



Sob qualquer manto
Seja loura, seja ruiva ou morena
Seu ar, é um lamento

Sob o macio olhar, o agudo falar
Palavras um dia doces
Hoje, apenas o silêncio tumular

A vida não espera, acelera
Obrigações e tarefas sentidas
Sonhos, outrora metas, reprimidas

Feliz de quem realiza os sonhos do querer
Felicidade, é o que te desejo para sempre
Eu hoje, feridas curadas, sou um “dream maker”

E sob qualquer manto
Eu planejo, articulo e realizo
Deixei, há muito, o lamento

A cor brotou do cinzento
Mas mesmo assim...
Você não caiu no esquecimento

Te desejo o melhor, à todo momento
Saúde, paz e prosperidade
Atenção, essas não são palavras ao vento

Mas, explicando esses versos e o sentimento
Se hoje não tenho mais aquelas feridas...
Há ainda, pra meu pesar, o seu ar de lamento

Sob qualquer manto
Viva com a maior intensidade a sua vida
E livre-se de qualquer sofrimento

Mil perdões pela ousadia
E que a paz com o seu manto
Te cubra noite e dia

Um beijo

Alnary Rocha
05/07/2008