sexta-feira, 18 de junho de 2010

ESPIRITUALIDADE X RELIGIÃO


Quando você começa a discutir quem vai para céu e quem vai para o inferno, ou se Deus é a favor ou contra a prática do homossexualismo, ou mesmo, se você tem que subir uma escada de
joelhos ou dar o dízimo na igreja para alcançar o favor de Deus, você está discutindo religião.

Quando você começa a discutir se o correto é a reencarnação ou a ressurreição, a teoria de Darwin ou a narrativa do Gênesis, e se o livro certo é a Bíblia ou o Corão, você está discutindo religião. Quando você fica perguntando se a instituição social é espírita kardecista, evangélica, ou católica, você está discutindo religião.

O problema é que toda vez que você discute religião você afasta as pessoas umas das outras, promove o sectarismo e a intolerância. A religião coloca de um lado os adoradores de Alá, de outro os adoradores de Yahweh, e de outro os adoradores de Jesus. Isso sem falar nos adoradores de Shiva, de Krishna e devotos do Buda, e por aí vai.

E cada grupo de adoradores deseja a extinção dos outros, ou pela conversão à sua religião, o que faz com que os outros deixem de existir, enquanto outros, e se tornem iguais a nós, ou pelo extermínio, através do assassinato em nome de Deus, ou melhor, em nome de um deus, com d minúsculo, isto é, um ídolo que pretende se passar por Deus.

Mas quando você concentra sua atenção e ação, sua práxis, em valores como reconciliação, perdão, misericórdia, compaixão, solidariedade, amor e caridade, você está no horizonte da espiritualidade, comum a todas as tradições religiosas.

E quando você está com o coração cheio de espiritualidade, e não de religião, você promove a justiça e a paz.

Os valores espirituais agregam pessoas, aproximam os diferentes, fazem com que os discordantes no mundo das crenças se dêem as mãos, no mundo da busca de superação do sofrimento humano, que a todos nós humilha e iguala, independentemente de raça, gênero, e inclusive religião.


Ed René Kivitz
(recebido por e-mail)

quinta-feira, 10 de junho de 2010

A CONTRADIÇÃO ESQUECIDA...- pretenso poema em prosa


A rotina...
O cansaço, as dores nos calcanhares e nas pernas...
O futuro, há! O futuro...
A vida, a solidão...
O prazer de estar com os amigos...
As saudades...
O amor (e a falta de)...
As incertezas das convicções...
E "tudo que é sólido se desmancha no ar"...
A alegria par e par com a tristeza...
A quase saúde...
O quase em tudo...
O inteiro pela metade...
A contradição...
A ambição...
A abnegação...
A solidariedade...
A generosidade...
O egoísmo...
A lua e o sol...
A fé de beato louco e andarilho...
A certeza de que:
"no adestramento de nossa consciência, sentimos que ela nos beija ao mesmo tempo que nos morde"...
As vontades reprimidas...
O beijo na boca...seus cabelos compridos grudados no meu suor...
As frases entrecortadas...ofegando...
O dia e a noite...
O trabalho...
E acima de tudo o vício...
O resumo de uma vida.

Alnary Filho
10/06/2010

OBS: As frases entre aspas são de outros autores: a primeira de Karl Marx e a segunda de Friedrich W. Nietzsche.

terça-feira, 8 de junho de 2010

O MALDITO POLITICAMENTE CORRETO - texto próprio


Não se pode mais nada! O tal do politicamente correto está acabando com tudo. Tudo é preconceito e dá processo. Só que o politicamente correto tem algum tipo de amparo legal para apenas algumas das minorias (minorias?), os negros(as) e os gays, principalmente. Mas não existe o politicamente correto para os gordos(as), os(as) carecas, os(as) magrelas, os branquelos(las), os espinhudos(das), os que usam óculos, aparelhos odontológicos, etc. Por exemplo: Num jogo de futebol, aquela coisa, chute na canela, carrinho, contato, provocação, xingam-se mães, pais, esposas, etc. E a coisa vai, alguém é expulso ou ganha cartão amarelo, e passa, o jogo acaba, tudo dentro do mundo do futebol, que é competitivo e acirra e/ou transcende o espírito esportivo, porém, basta um jogador branco xingar um jogador negro, no calor do jogo, por exemplo, “seu macaco FDP” ou coisa parecida, que o negro assim que acaba a partida, dá uma longa declaração a imprensa presente e vai fazer uma denúncia na delegacia mais próxima, não por ter sua mãe ofendida, afinal, que é que tem demais a mãe ser xingada de puta, mas, a palavra macaco, essa é imperdoável, tem de ser punida com prisão sem direito a fiança, onde já se viu uma coisa dessas, macaco não! Macaco é uma ofensa sem perdão! Outro exemplo: A Parada Gay de São Paulo, ao ler um artigo de Carlos Apolinário na Folha de São Paulo de 07/06/2010, intitulado “A ditadura gay”, entre outros aspectos que o mesmo aborda, escreve que o movimento gay está fazendo um grande lobby para que o Congresso Nacional altere a Lei 7.716 que define os crimes de racismo, com objetivo de que a legislação passe a punir também, aqueles que tem opiniões divergentes das suas. Pois, se alguém falar contra o casamento entre pessoas do mesmo sexo, ou disser que não concorda com a adoção de crianças por homossexuais, poderá então, ser processado. E mais, caso essa lei seja alterada, não se poderá falar da Parada Gay, que mesmo sendo um horroroso espetáculo de esculhambação, tem gente que gosta, mas também tem gente que não gosta. A Constituição Federal assegura o direito à liberdade de expressão. Podemos xingar a mãe dos outros, ofender a honra de alguém no calor de uma discussão, criticar o divórcio entre héteros, falar de sindicatos, de empresários, de políticos, de católicos, de evangélicos, padres e pastores. Mas se fizerem alguma piadinha de mal-gosto (e é isto que ela é apenas) com alguém da raça negra, ou alguém xingar de “macaco”, são considerados racistas, e se falarem contra o pensamento dos gays, são considerados homofóbicos, e ambos os grupos ameaçam com processos. Punir alguém por manifestar opinião divergente, ou por xingar no calor de uma partida de futebol, é próprio das ditaduras. Estamos vivendo numa ditadura do “Politicamente Correto”, pois na democracia, qualquer pessoa pode discordar, e também se tomar um chute desleal numa partida de futebol e também ser xingado de FDP, pode xingar o agressor, ou adversário do que quiser, independente se ele é negro, branco, verde, vermelho ou gay. Racismo e homofobia, residem não nas palavras, ou na expressão de pensamentos divergentes, mas nas atitudes criminosas do opressor que paga um salário menor para um negro ou para um gay só por que eles são negros ou gays, ou ambos, ou os perseguem, prejudicam, agridem gratuitamente, os impedem de entrar e sair de onde quer que seja, ou os colocam em constrangimento perante a outras pessoas, os desqualificam profissionalmente por serem dessa ou daquela raça, ou dessa ou aquela orientação sexual. Sem esquecer, absolutamente, nos crimes hediondos de assassinatos por motivos de preconceito racial ou sexual. Essas ações sim, devem ser punidas com rigor. O resto é uma grande bobagem, é pretexto para apologia dessa ou daquela ideologia, é recalque de afirmação ou propaganda gratuita. Da maioria das atitudes constrangedoras e criminosas, também sofrem, gordos, carecas, magrelos, espinhudos, dentuços, etc. Só que o politicamente correto não os ampara. Quem dirá as Leis. É pra pensar!