AQUI PUBLICO ALGUNS DE MEUS ESCRITOS: POEMAS, ARTIGOS, CONTOS, CRÔNICAS E TEXTOS VARIADOS. VOCÊ TAMBÉM ENCONTRARÁ ESCRITOS DE OUTROS AUTORES E PODERÁ COMENTAR EM QUALQUER ESCRITO. NÃO ESQUEÇA DE NAVEGAR PELO ARQUIVO, BEM ALÍ NO LADO ESQUERDO. BOA DIVERSÃO! ...E QUEM SABE, REFLEXÃO! Alnary Nunes Rocha Filho
domingo, 15 de setembro de 2013
quarta-feira, 22 de maio de 2013
SOCIALISMO Por Marilena Chauí
Introdução – Alnary Rocha
Cada vez que nós,
militantes da esquerda genuína, socialistas, assim nos declaramos, ou
defendemos o Socialismo em público, nos deparamos com críticas obtusas,
baseadas em regimes totalitários que se auto-rotularam socialistas ou
comunistas. E temos que dizer que aquilo, embora tenham sido tentativas e
experiências, não foram realizações socialistas ou comunistas. Aliás, o
socialismo é apenas o caminho para o comunismo. O comunismo é o sonho
verdadeiro. Porém, as críticas contrárias, se baseiam apenas nas experiências
pequenas que o mundo teve. A mais longa foi a da ex-URSS, que teve um belo
caminho até a morte de Lênin, e depois com Stalin o sonho socialista foi
desvirtuado e a experiência depois de mais de 70 anos acabou. De qualquer
maneira aquela experiência não traduz o socialismo. Assim, nesse espaço que é
meu, posso publicar a definição de Socialismo, escrito pela maior intelectual
viva do Brasil, Marilena Chauí.
De fato, o que é o
Socialismo?
Economicamente, o
socialismo se define pela propriedade
social dos meios sociais de
produção. Isso significa, de um lado, que é conservada e garantida a propriedade
privada individual como direito aos bens não somente necessários à reprodução
da vida, mas sobretudo indispensáveis a seu desenvolvimento e seu
aperfeiçoamento; e, de outro, que o trabalho deixa de ser assalariado, portanto,
produtor de mais-valia, força
explorada e alienada, para tornar-se uma prática de AUTOGESTÃO SOCIAL DA ECONOMIA,
um compromisso dos indivíduos com a sociedade como um todo. O trabalho se torna
livre, isso é, expressão da subjetividade humana objetivada ou exteriorizada em
produtos. Na medida em que a propriedade dos meios de produção é social, a produção é autogerida e o trabalho
é livre, deixa de haver aquilo que define nuclearmente o capitalismo, ou seja,
a apropriação privada da riqueza social pela exploração do trabalho como
mercadoria que produz mercadorias, compradas e vendidas por meio de uma
mercadoria universal, o dinheiro.
Socialmente, o
socialismo define-se pelas ideias de justiça – “a cada um segundo suas
necessidades e capacidades”, no dizer de Marx – abundância, não há apropriação
privada da riqueza social, - igualdade, não há uma classe detentora de riqueza
e privilégios, - liberdade, não há uma classe detentora de poder social e
político, - autonomia racional, o saber não está a serviço dos interesses
privados de uma classe dominante, - autonomia ética, os indivíduos são agentes conscientes
que instituem normas e valores de conduta, - e autonomia cultural, as obras de
pensamento e as obras de arte não estão determinadas pela lógica do mercado nem
pelos interesses de uma classe dominante. Essas ideias e esses valores, que
definem o socialismo e exprimem direitos.
Politicamente, o
socialismo se define pela abolição do aparelho do estado como instrumento de
dominação e coerção, substituindo-o pelas práticas de PARTICIPAÇÃO E
AUTOGESTÃO, por meio de ASSOCIAÇÕES, CONSELHOS E MOVIMENTOS SOCIOPOLÍTICOS, ou
seja, o poder não se concentra em um aparelho estatal, não se realiza pela
lógica da força nem pela identificação com a figura do(s) dirigente(s), mas
VERDADEIRAMENTE COMO ESPAÇO PÚBLICO DE DEBATE, DA DELIBERAÇÃO E DA DECISÃO
COLETIVA.
Marilena Chauí em
Cidadania Cultural: O direito a cultura, págs. 144 e 145.
“A PARTICIPAÇÃO É O DADO CONSTITUTIVO DESSA
SOCIEDADE PORQUE É UMA SOCIEDADE EM CONSTRUÇÃO PELA AÇÃO DE TODOS OS SEUS
SUJEITOS.”
Marilena Chauí
Eis aqui o meu ideal,
o meu devir, e creio que a ferramenta
mais poderosa para essa construção é uma que acontece com muita força, A
ECONOMIA SOLIDÁRIA.
Alnary Rocha
terça-feira, 5 de fevereiro de 2013
ATEU - escrito próprio
Como é ser
ateu?
Como se
aprende a ser religioso?
A primeira
pergunta acho bem mais fácil de responder, pois não se aprende a ser ateu, se
chega a essa conclusão, se decide ser ateu com base em muita reflexão,
observação da realidade, e um forte desejo de liberdade.
Agora se
ensina e se aprende a ser religioso, com tanta ênfase que se declarar ateu é
uma ofensa quase imperdoável. O crente, crédulo ou fiel, tem tanta certeza de
sua fé que chega a se desesperar quando alguém se declara ateu, esquece de tudo
aquilo que admirava na pessoa que agora se declara não crente. Ou pior, acha que
essa pessoa começou a frequentar a “outra loja”, ou seja, que agora o ateu, não
apenas não crê em deus, mas é discípulo do diabo, ou está sendo influenciado por
esse.
É óbvio que o
ateu, não acredita em deus, não tem fé religiosa alguma e por conseguinte, não
crê no contrário, não crê em diabos, demônios ou coisas parecidas. Pois a origem
de ambos, deus e diabo é a mesma, o bom e o mau, o bem e o mal. Ora essa
dualidade está dentro de cada pessoa, nos alimentamos o bem ou o mal, nós
escolhemos, não precisamos necessariamente acreditar num ser superior para
praticarmos o bem, tampouco precisamos acreditar num ser inferior (embora os crentes em sua fantasia, deem poder a ele), para praticarmos o mal.
Uma das coisas
que me faz ser ateu é essa coisa de monopólio do amor, isto é “deus é amor”, “amai
a deus sobre todas as outras coisas”,
ninguém pode obrigar a ninguém a amar qualquer pessoa ou coisa, ama-se ou não.
Outra é essa
mania de controlar as pessoas pelo medo de deus, pelo pecado, isto é, se fizer
algo errado, deus castiga, se fizer ou deixar de fazer tal coisa, é pecado e
pecador não vai pro “céu”. Fica aquela troca interesseira, “vou fazer tal coisa
pra ir pro céu”, “vou deixar de fazer tal coisa por que é pecado”.
Já não basta
vivermos numa ditadura capitalista onde tudo é mercadoria com preço no mercado,
incluindo as pessoas? Já não basta a liberdade ser tolhida tão vorazmente pela
realidade mentirosa de que “somos livres”?
Temos
realmente que cair na armadilha da fé religiosa, cuja história nos mostra o
quão mentirosa, odiosa, exploradora ela é? Temos que ser igual a todo mundo,
nivelados a ovelhas de um rebanho?
Não, não
temos.
Cada pessoa de
fé, merece meu respeito, essa fé é verdadeira, pessoal e baliza a vida dessas
pessoas, suas alegrias, suas certezas, suas esperanças, seus relacionamentos,
seu conforto nas horas difíceis, enfim...
Mas são essas
pessoas o alvo principal de gente que, em nome deus, podem explorá-las. Agora
essas pessoas podem também refletir sobre sua fé e tomar a decisão que tomei,
ou não, porém eu fiz e me decidi, sou ateu.
Queria dizer
que o bem não é propriedade de deus, fazer o bem é uma necessidade humana, para
sermos felizes com nós mesmos, não para agradar algo abstrato, a solidariedade
não é um monopólio de deus, é nossa obrigação enquanto seres humanos, e que ser
ateu é apenas livrar-se das amarras, ser livre, ser livre para fazer as coisas
que quiser sem freios, a não ser o do bom senso, da Lei e do caráter. Ninguém
precisa de um deus pra ser feliz, nem imaginar um pra culpar pelas
infelicidades, muito menos um pra ser dependente. Precisamos acreditar em nós
mesmos, e irmos a luta.
Se rezar
adiantasse não haveria famintos no mundo, não haveria guerras, não haveria
maldade. Podem dizer que isso acontece por falta de deus, eu acho que existe
por excesso de deus.
Conformismo
(deus quis assim), “ guerras santas” (o meu deus é melhor que o seu, ou o meu é
de verdade, o seu é uma mentira), dizimo (verdadeiro roubo legalizado, livre de
impostos). Tudo isso, existe por que as pessoas creem num deus, que se existisse,
no mínimo seria um brincalhão ou um sádico.
Enfim, a
questão é polêmica, e quem está convencido da existência de deus e é crente,
fiel ou crédulo não levará em consideração refletir a respeito, encontrará inúmeros
argumentos baseados na sua fé pra me contradizer, já os que como eu se livraram
disso podem refletir sobre alguns outros ângulos que muito provavelmente eu
deixei de fora.
Argumentos
baseados em fé não se sustentam, só serve para as próprias pessoas que a tem.
domingo, 6 de janeiro de 2013
UM DIA - pretenso poema
O desejo é
muito forte...
Quase posso
sentir acontecendo...
Olhando esse
mar, forte, inigualável...
Suas ondas
confusas e disformes me atingem...
Enquanto olho
nos olhos do mar profundo...
A cabeça em
milhares de lugares e pessoas...
As coisas
todas voando ao meu redor...
Quase posso
tocá-las...
O horizonte
animalesco a minha frente...
Me imaginei
aqui pra sempre...
Pra sempre
esse mar azul e esse céu...
Cada gota
salgada em meu corpo é uma pedido
Uma súplica
desesperada...
Uma esperança
de um dia...
Um dia
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