sábado, 17 de outubro de 2015

EM NOME DE "deus" - Texto próprio


Cada vez mais me convenço que as pessoas, no caso específico, os brasileiros e brasileiras, são mais culpados do que vítimas do estado conjuntural da sociedade brasileira.

Vejam, estou generalizando de propósito, não só na amplitude que significa brasileiro e brasileira, como também quando me refiro a sociedade brasileira, pois sociedade, engloba todas as relações sociais, interações em todas os aspectos da vida das pessoas.

Achei necessário fazer essa introdução, pois não me é possível mais reduzir o pensamento que quero expressar aqui, a meros casos específicos, pois as especificidades estão tão contaminadas pela religião e pela maldita, ignóbil e ícone impune dos mitos religiosos, que é chamada de “fé”!

Isso não melhora, ao contrário, piora a cada minuto, é repulsivo a cada segundo. Esse chorume está em tudo, tudo! É uma doença, um cancro!

Não consigo ser condescendente e cada vez sou menos compreensivo, principalmente com as pessoas que tiveram algum estudo, com as que são instruídas, com as que inclusive tem títulos acadêmicos, e permanecem enredadas nessa lama gosmenta chamada “fé”, cegamente crentes num deus invisível, cujo qual é desculpa, causa e consequência pra tudo. Não há palavra mais pesada pra caracterizar isso, é simplesmente ridículo!

Não tem me bastado estar plenamente convencido que tudo isso é uma imensa e medonha bobagem, por que, simplesmente não é bobagem, é muito sério, parece uma insanidade geral e epidêmica.

Desde a idiota atitude dos jogadores de futebol que vociferam o tal “pai nosso” como grito de guerra antes dos jogos, agradecem a deus por um gol ou por uma vitória, até os que naturalizaram como expressão coloquial o “graças a deus”, “se deus quiser”, etc. Que coisa mais sem noção, sem pé nem cabeça, será que não percebem o quanto estão sendo idiotas?

Primeiro, que se deus existisse, não haveria ganhadores num jogo de futebol, afinal a ignorância é geral, todos pedem ao mesmo deus, e agradecem ao mesmo deus, segundo que, existindo tal entidade, e permitisse que um time ganhe e outro perca, seria um deus parcial, sacana com uns e camarada com outros, que porra de deus é esse? Qual o critério que ele usaria para favorecer uns e não todos?

Pois, se os crentes tem em perspectiva um deus todo poderoso e unibenevolente, se esse deus tem de escolher, não é assim tão poderoso, e tampouco é todo bom, pois se ele fosse a mais pura e total expressão da bondade, jamais poderia tolerar o sofrimento de uns para a alegria de outros, não parece óbvio que um ser assim não pode existir? Que é uma projeção dos desejos humanos egoístas?

E olha, estou me referindo a uma coisa de nada, jogo de futebol, nem de campeonatos negócio, estou falando desde uma pelada na beira da linha até um gol feito por um profissional. É geral a ignorância.

Mas também, só esse exemplo não basta, se esse tal deus é todo bondade, todo justiça, tudo sabe e tudo vê, então fica bem pior. Que tipo de justiça é essa que para uns comerem, muitos precisam morrer de fome? Não da nem pra dizer que esse deus é um cara ocupado, pois se ele tudo vê, ele escolhe onde interferir, e sendo assim não pode ter “infinita bondade”, e tampouco tem algum tipo de poder, salvo na cabeça dos mentecaptos, que jogam fora a lógica, acreditam que pode existir num mesmo ser tais contradições, simplesmente por que é deus, e deus tem “seus mistérios”. 

Essas contradições são humanas, nós escolhemos por qual ética nos pautar, com quais critérios de caráter queremos viver. Não um deus, um deus, deus mesmo, fudidão, poderoso, que pode tudo, esse não pode ter esse tipo de falha, pois deus que é deus não falha, deus que é deus resolve o problema todo. Se não faz isso, a resposta é simples, ESSE CARA NÃO EXISTE! É coisa da cabeça dos loucos.

Sim, loucos, insanos, egoístas, mesquinhos, muitos sem culpa, simplesmente foram criados nessa mixórdia, entupidos de medo e de culpa desde crianças, e de tal forma, que nesse exato momento estão profundamente ofendidos, muitos estão me amaldiçoando (como se isso fosse possível), e outros, arrogantemente, “rezando” pela minha “alma” (como se isso funcionasse). E mais, como se eu me importasse!

A naturalização do “sagrado” é uma imbecilidade, insidiosa, maledicente, dissimulada. A própria referência a deus, teria de ser feita em letra maiúscula (só não fiz em fonte menor, por que tira a métrica do texto), através dessa naturalização, há imposição de todo um cuidado ao mencionar a palavra deus, ou do seu ícone e falso ídolo jesus (agora tem gente querendo me matar, expressando seu “amor” cristão). E com tudo que tem referência religiosa. É um absurdo se expressar sem esse cuidado, para os insanos crentes, isso é blasfêmia, é “pecado”, imaginem-me tendo um ataque de risos vindos de uma imensa gargalhada, nesse exato momento!

Blasfêmia, há menos de 300 anos atrás era um crime punido com a morte, e pecado nada mais é que a expressão da própria culpa, e também era crime punido com morte.

Mas o pior de tudo, é que nem mesmo toda a sabedoria que a ciência histórica demonstra, a insanidade acaba. A história do mundo é feita de sangue derramado por gente religiosa, por instituições religiosas, pelo pretexto de “amor” a deus. Gente que nunca compreendeu o que é o amor e tem uma vaga noção do que seria um deus.

Os livros das religiões mais em voga na atualidade, não passam de livros de fantasias, mas fantasias perigosas, neles as pessoas encontram ódio, preconceito, misoginia, genocídio, pedofilia, assassinatos, crimes de toda ordem, e tudo, tudo em nome de deus ou por sua ordem! E tem a coragem de chamar esses manuais de hipocrisia, de “sagrado”.

Através dessas drogas literárias, os estelionatários da “fé”, pastores, pastoras, bispos, bispas, sacerdotes de todo tipo, mandatários de religiões, como o papa e outros semelhantes a ele em outras religiões, exercem sua dominação e controle social, sobre grande parte da humanidade. Não é a toa que eles chamam os insanos e idiotas de “ovelhas”. Mas pior que ovelhas, são os asnos, pais e mães, que infectam seus próprios filhos desde que nascem, com esse veneno, perpetuando o poder dessa gente. O ser humano nasce livre, mas antes de aprender a falar já o enfiam numa igreja e batizam. Inclusive os que clamam por liberdade, a tolhem antes mesmo que as pessoas tenham capacidade de escolha.

Essa estratégia, que contem medo e culpa, é proposital, é pra naturalizar, é pra fortalecer e ampliar o paradigma, e os vetores para tal crime, são os próprios pais, replicando o que fizeram seus pais, e os pais deles e os pais desses, por gerações.

Isso acontece em todos os estratos sociais, e é mais arraigado nos mais pobres, pois junto com toda essa carga de mentiras, vem o conformismo, que é pra tirar de vista desses, as reais causas da sua condição de pobreza, de miséria. Não é a toa a proliferação de igrejas, do tipo meia dúzia de cadeiras de plástico numa garagem, com um analfabeto de terno gritando idiotices para gente coitada, com uma bíblia na mão! E pior, os pobres dão dinheiro pra esses salafrários, e os pobres católicos põe suas moedinhas na caixinha do padreco malandro.

São esses que incutem os slogans: “deus ajuda quem cedo madruga”...”o bom funcionário abençoa a empresa que trabalha, pois dela é que tira o pão de cada dia”... e nesses antros religiosos que as pessoas são adestradas para serem ovelhas, para serem conformadas, para acreditarem nos “mistérios de deus”...”na vontade de deus”...são ensinadas a sentirem culpa por sua própria condição, é onde esses mercadores da “fé”, culpam suas próprias vítimas.

E nesses antros, que nascem os políticos salafrários, que utilizam da “fé” para se elegerem e tirarem direitos de seus próprios eleitores, formarem suas gangs de ladrões e corruptos, tudo “em nome de deus” claro!

É inconcebível para mim, que pessoas negras e mulheres de modo geral, sejam religiosos(as), sejam evangélicos, sejam católicos, que defendam sua igreja e seus sacerdotes. De duas uma, ou nunca leram a bíblia, ou leram só o que o pastor ou padre mandou, e não entenderam. Não existe livro mais discriminador do que a bíblia.

Como podem admitir fazer parte desse engodo. No Brasil, até inventaram uma santa negra para cooptar essas pessoas, a transformaram em “protetora” do País. Uma mulher negra, nada mais simbólico e perfeito para engendrar e perpetuar mentiras.

É por tudo isso, que resolvi escrever esse texto, estamos a beira do abismo, enquanto não nos livrarmos das religiões e dessa maldita “fé”, nunca seremos livres, seremos sempre controlados, teleguiados, conformados, e agradecendo quem nos tira tudo, “em nome de deus”.

terça-feira, 30 de junho de 2015

O BRASIL É BREGA!


O Brasil é brega!

É brega em tudo, ou quase tudo, afinal o que pode ser mais brega que ignorar a laicidade do Estado? O que pode ser mais brega do que achar legítimo “rasgar” a Constituição Brasileira? Como algo pode não ser brega quando tenta (e consegue) em nome de uma visão religiosa impedir direitos civis e humanos?

O Brasil está "andando para trás", nas esferas legislativas, nas expressões de ódio e preconceito, etc. É a breguisse nata de grande parte do povo brasileiro.

Li em algum lugar que o povo brasileiro é muito mais conservador do que se imagina, e é verdade, e eu sei por que, é o brega, é a breguisse se sobressaindo, é a breguisse impedindo a expansão da inteligência, é a breguisse religiosa.

Os teleguiados bregas, os pastores bregas, os carolas bregas, os corruptos bregas, os que latem contra a corrupção, mas que cometem as suas pequenas corrupções diárias, bregas!

Os que param nas vagas reservadas, bregas! Os que param em mão dupla, bregas! Os que se acham superiores por causa da sua cor, classe, pseudo instrução, todos bregas!

Esse povo brasileiro que nos decepciona a cada expressão nas redes sociais, Bregas! A cada manifestação conservadora, são bregas!

A breguisse está se revelando como a marca cultural do povo brasileiro.

Não surpreende que o mau gosto musical desse povo brega se reflita no consumo desse barulho ridículo e dissonante chamado “sertanejo universitário”, cujo nome revela uma contradição cognitiva, afinal, universitário deveria ser, em certa medida, adjetivo qualitativo de instrução, e jamais poderia estar ligado a esse estilo brega e obtuso de musica ruim! É o Brega mais uma vez!

Já a musica caipira, não é, nem nunca foi brega! O sertanejo legítimo não é, e nem nunca foi brega! Mas, o brega impregnado no pensamento curto de muitos consumidores do estilo, aliado a uma estratégia perversa de fabricação e venda de breguisse, pelos meios hegemônicos de comunicação, sepultaram a viola caipira, assim como sepultaram a MPB.

A breguisse, revela mais uma faceta de grande parte desse povo brasileiro – homens e mulheres – machistas e conservadores, a contradição de adorar cantar a cornice como virtude romântica. É o brega incontrolável, atacando de novo.

Quando um pastor vereador “prega” na câmara, no lugar de legislar, é o brega revelando sua incapacidade, sua limitação, sua preguiça. Como é o caso do PL que determina o fechamento de bares a meia-noite. É o brega!

Quando um bando de religiosos imbecis (desculpem o pleonasmo) se postam dentro de uma casa legislativa, dizendo-se contra a “ideologia de gênero”, é o brega supremo da burrice, pois não tem a menor ideia do que é ideologia e muito menos o que significa a palavra gênero.

O brega é o eixo pelo qual as pessoas se informam, o que são os telejornais brasileiros, senão a maior expressão do brega jornalístico parcial e tendencioso? E as revistas de fofocas bregas? E não estou falando daquelas sobre novelas e artistas, estou falando dos semanários bregas, que os bregas da classe média leem.

É tudo de uma breguisse titânica no Brasil!

Gente brega, cultura brega, jornalismo brega, entretenimento brega, religião brega!

O brega, que antes era um estilo pitoresco e divertido, passou a ser o modo de vida de um povo.
É o brega na frente e por trás de toda a casca brilhante e pseudo sofisticada, é o brega disfarçando-se de inofensivo, de divertido, para reinar no atraso civilizatório brasileiro!

Está tudo bregamente ligado!

quarta-feira, 14 de janeiro de 2015

POURQUOI SUIS-CHARLIE

Acho que posso começar com seguinte exemplo:
O achincalhamento da pobreza na televisão, caso do zorra total, com pessoas do povo caricaturadas e maldosamente esteriotipadas, pra mim é uma baita ofensa, me ofendo por aquelas pessoas que são satirizadas daquela forma.
Me ofendo também com as piadas que achincalharam e ainda achincalham a Dilma e o PT.
Me ofendo com tanta coisa que pra mim é importante todos os dias. E muitas pessoas se ofendem com um monte de coisas que são publicadas e veiculadas por diversos meios...o que fazer?
Ora é muito simples...não leia, não veja e não escute o que te ofende...de novo simples assim.
E pode parar com esse papo de defesa da liberdade de expressão, coisa vaga e que pode ser aproveitada de mil maneiras por tanta gente horrível.
Vamos ao que interessa, ao que irrita profundamente. Está exatamente nas opiniões e vitimizações mil, que tenho lido, principalmente coisas como “os muçulmanos sofrem perseguição na França”, ora, não são apenas eles que sofrem perseguições numa Europa xenófoba.
Até onde eu sei, a Charlie, revista de raiz comunista, satirizava todas as religiões, também e principalmente a direita "Lapenista", burguesa, religiosa e monarquista. Essa sim promotora de uma massiva perseguição ao povo muçulmano e estrangeiros de qualquer crença.
A parte mais irritante porém, é o que se coloca como "violação do pensamento", está claro que pra muita gente (infelizmente) o tal "sagrado" seja ele de qual crença for deva ser intocável.
Isso é perverso, é como impingir a todos, inclusive aos não crentes um "respeito" a algo que pra esses não merece nenhum, pelo simples motivo que pra essas pessoas (nas quais me incluo) isso não tem importância alguma.
Para mim, respeitar algo e especificamente o tal  “sagrado” dos outros, por convenção social ou obrigatoriamente, é que é uma tremenda violação de pensamento.
Logicamente que não se pode entrar num templo e esculachar, fazer bandalheira, isso seria invadir o espaço dos outros, e sim um desrespeito, além de ser contra a Lei. Como já dizia o poeta: “tentativa de colonização do outro”.
Porém, publicar charges (mesmo as mais pesadas, e por isso mesmo, engraçadas) não é de modo algum desrespeito, pois o sagrado de outros não interessa, quando a publicação é privada, compra e lê quem quer.
Comprar e ler uma publicação, seja ela qual for é a mesma coisa que usar o controle remoto da tv, escolher a estação de rádio ou optar por esse ou aquele site.
Assim, muito mais violento e desrespeitoso é a violação que cometem as redes de televisão, desinformando e idiotizando tanta gente.

E por esses, quem somos?